O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira (26) haver uma preocupação com uma possível subnotificação de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus na Venezuela.

Segundo o ministro, a atual situação do sistema de saúde do país que faz fronteira com o Brasil é crítica, e a rede está operando de forma deficiente. Assim, dados importantes podem não ser divulgados corretamente.

A Venezuela vive uma ditadura liderada por Nicolás Maduro e frágil situação socioeconômica.

“Nós temos aqui do lado a Venezuela com um sistema de saúde em frangalhos. A gente está lá lutando com difteria, febre amarela, sarampo. Como é que será que está a qualidade de informação e notificação da Venezuela?”, questionou Mandetta.

“Tudo preocupa, porque você tem hoje ali dentro um país de…Toda vez que você tem classificação de informação em saúde, preocupa, né? Em saúde, você tem que ser muito aberto, transparente, estar à disposição das pessoas”, afirmou.

Atualmente, há grande circulação de pessoas na fronteira entre Brasil e Venezuela, em especial de refugiados que buscam o território brasileiro para melhores condições de vida.

Questionado como o governo federal pode agir, Mandetta disse se manter em “alta vigilância, como estamos fazendo”. Ele citou que o Ministério da Saúde está em diálogo permanente com a Organização Pan-Americana da Saúde, vinculada à OMS (Organização Mundial da Saúde), que ainda tem algum acesso à situação da vigilância em saúde do país vizinho.

Como exemplo de outro país que pode ter subnotificações, o ministro citou a Coreia do Norte. Embora a Coreia do Sul, China e o Japão já contêm juntos com milhares de casos registrados de coronavírus, a Coreia do Norte, sem notificações para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

“Como você explica isso? É a classificação da informação. Provavelmente, o sistema de saúde da Coreia do Norte, se tem caso, ou não percebe, ou, se percebe, não informa a comunidade internacional”, disse.

Mandetta ainda citou alguns países africanos, como Moçambique, Angola e Cabo Verde, como locais de sistema de saúde mais frágeis, embora não se assemelhem às situações políticas vistas na Venezuela ou Coreia do Norte.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here