Inauguração da Ceasa, em dezembro passado. Foto: ascom PMBV

A Prefeitura de Boa Vista entregou no mês passado o complexo de obra da Central de Abastecimento de Produtos Agroflorestais e Extrativistas (Ceasa), mas, produtores rurais denunciam ao Portal Roraima 1 que, apesar da cerimônia, a unidade ainda não está funcionando.

A solenidade de inauguração ocorreu no dia 20 de dezembro de 2019, na região do Passarão, km 2,2 da rodovia RR-319. Como foi amplamente divulgado nos canais oficiais de imprensa do município, na ocasião, a prefeita Teresa Surita (MDB) também entregou a Central de Abate de Boa Vista, localizada no mesmo complexo. Só que, segundo os produtores rurais, a unidade ainda não está funcionando e nem tem data certa para isso.

Ceasa deveria funcionar na BR-174, na zona rural de Boa Vista. Foto: PMBV

No Diário Oficial do Município do dia 3 de janeiro de 2020, o Executivo Municipal informou a prorrogação do prazo da ordem de execução de serviços de terceira etapa por mais 60 dias, contados a partir do dia 10 de janeiro. Em tese, a obra já inaugurada, so deve ficar mesmo pronta em março.

Segundo levantamento feito pela reportagem, a construção do complexo já dura 10 anos. As obras no local iniciaram em 2010 mas foram abandonadas em 2013. O valor da obra na época foi orçado em R$ 3,711 milhões, recursos provenientes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, como consta no Portal da Transparência.

Na época, a Prefeitura informou que ‘as obras da Ceasa estavam precisando de intervenção, em virtude de falhas relacionadas ao projeto e retardos na liberação de recursos. Em março de 2013, O município recebeu um recurso adicional de R$ 165.945 mil, informação também disponível nos canais de transparência pública.

Somente em 2018 a Prefeitura retomou as obras após receber mais R$ 2.428.392,38 por meio de convênio, além de R$ 1.021.035,44, em recursos próprios, totalizando R$ 3.449.427,82 até o momento.

Agricultores aguardam 

A Ceasa deveria ter a finalidade de concentrar a distribuição e comercialização de alimentos como frutas, verduras, legumes e outros produtos derivados das atividades agroflorestais e extrativistas, no atacado e varejo. Os agricultores, que esperam há dez anos pelo funcionamento da Central, dizem amargar prejuízos com a forma atual de comercialização dos produtos.

“É uma demanda muito antiga dos agricultores de Boa Vista. Com o funcionamento da Ceasa o próprio produtor terá oportunidade de comercializar diretamente com varejos que trabalham com hortifrúti sem passar pelas mãos dos reprodutores que muitas vezes são injustos com a nossa categoria. A Ceasa viria no sentido de dar uma legitimidade do produtor poder comercializar diretamente com o supermercados e os próprios empresários teriam um local para encontrar todos os produtos frescos e reunidos à preços mais acessíveis sem depender de fornecedores. Estamos esperando por isso há muito tempo”, falou o presidente da Coophorta, Odacir Inácio Henz.

Prefeitura de Boa Vista 

A Prefeitura de Boa Vista não respondeu aos questionamentos da equipe de reportagem sobre o motivo de a unidade ter sido inaugurada sem estar finalizada e qual a previsão de entrega desta obra.

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