Os delegados da Polícia Civil de Roraima anunciaram, em nota enviada ao governo de Roraima no sábado (21), que vão deixar cargos comissionados se o executivo vetar o projeto de lei complementar que garante aumento salarial da categoria. A nota é assinada por 52 servidores.
Desde o último dia 16 de dezembro, policiais civis protestam contra o aumento de quase 50% nos salários de delegados do estado. O aumento está previsto no projeto de lei complementar nº 09/2019, aprovado pela Assembleia Legislativa de Roraima, e é contestado pelo Sindicato Sindicato dos Policiais Civis de Roraima (Sindpol).
Atualmente, segundo o Sindpol, o salário inicial de delegados é de R$ 18 mil. Com o aumento, eles ganharão R$ 9 mil a mais.
De acordo com o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Roraima (Adepol), delegado Cristiano Camapum, o aumento trata apenas de uma reestruturação. “Os Delegados de Polícia Civil do Estado de Roraima manifestam total indignação aos atos de insubordinação dos policiais civis representados pelo sindicato”, disse o presidente.
Segundo Camapum, anota enviada ao governo estadual é um comunicado de exoneração dos cargos comissionados e que não irão assumir funções comissionados no atual governo, “até que a ordem e respeito sejam estabelecidos”.
“O delegado nas funções de comando administra toda a polícia e as delegacias seguindo os ditames do executivo. Se a polícia ficar sem o cérebro, o caos estará instalado. Toda a parte administrativa da polícia para. Mas se essa for a decisão, paciência […] Vamos mostrar que somos imprescindíveis para quem finge que não sabe disso ainda pregando a insubordinação”, destacou o presidente.
A reportagem solicitou um posicionamento do governo do estado e ainda não obteve resposta. O Roraima 1 também contactou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, mas também não foi atendida.
