Irineu da Silva já fez uma cirurgia e disse que terá que fazer outra. Foto: Arquivo pessoal

Após o caso da mulher agredida na quarta-feira (20) por um fiscal da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur), da Prefeitura de Boa Vista, outras denúncias começam a aparecer. Só que dessa vez a agressão envolve guardas civis municipais.

“Ao olhar aquelas imagens da mulher sendo empurrada, me veio à mente o que passei nas mãos de guardas civis municipais”, disse o desempregado Erineu Aparecido da Silva, 32 anos, morador do conjunto Pérola do Rio Branco, no bairro Doutor Airton Rocha.

Para manter o sustento da família, esposa e filha, Irineu fazia bicos e catava materiais recicláveis, e o que conseguia vendia para render um pouco de dinheiro.

Se quando o caso aconteceu Erineu já estava há quase dois anos desempregado, agora esse tempo dobrou, porque no dia 03 de fevereiro de 2017 sofreu agressões físicas cometidas, conforme ele, por guardas municipais civis que faziam a segurança do Aterro Municipal, localizado na saída sul da BR-174.

A ação mal sucedida dos guardas municipais civis resultou em dois dedos da mão direita quebrados, além de marcas pelo corpo.

“Um dos guardas chegou a apontar uma arma para mim. Eles me arrastaram para outra parte do aterro, onde já tinha outras pessoas. Pegaram minha bolsa e minha bicicleta e jogaram no fogo. Quando questionei o porquê da atitude aí foi que a situação piorou”, lembrou o catador.

“Eu estava no aterro sanitário catando material reciclável, quando fui surpreendido por guardas civis municipais da Prefeitura de Boa Vista. Não tenho os nomes deles, porque quando eles vão para esses tipos de ação retiram o distintivo de identificação. Mas, me lembro do rosto de cada um deles”, garantiu Erineu.

Ele informou que na época do ocorrido, foi levado por familiares para o HGR (Hospital Geral de Roraima), registrou B.O (Boletim de Ocorrência) e fez exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), assim como fez denúncia na justiça.

“A prefeitura recorre todas às vezes, e alega que a agressão não partiu dos guardas, mas pelos seguranças da empresa particular de vigilância. Por conta dos dedos quebrados, passei por uma cirurgia na mão e terei que fazer outra. Estou impossibilitado de trabalhar”, ressaltou Erineu.

“Eu sabia que o acesso ao aterro estava proibido, mas eu e muitos outros catadores sempre entrávamos e nunca tinha acontecido nada. Não precisavam me agredir. Mas é aquela história, tem bons e maus profissionais em todas as áreas”, contou.

Sobre o caso da mulher agredida pelo fiscal da Emhur, ele comentou que foi lamentável a atitude dos profissionais. “Se é que se pode chamar eles de profissionais”, finalizou Irineu.

Prefeitura de Boa Vista – O Roraima 1 entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista, e aguarda resposta.

Union Security – O Roraima 1 entrou em contato com a empresa responsável pela vigilância do aterro, à época, mas a reportagem foi informada que hoje à tarde (sexta-feira, 21) não tem expediente, mas que segunda-feira dará um retorno.

 

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