Fronteira do Brasil com a Venezuela, em Roraima. Foto: Arquivo/Roraima 1

A Venezuela voltou a cobrar impostos sobre produtos brasileiros, contrariando um acordo bilateral firmado com o Brasil desde 2014. A medida afeta diretamente exportações de Roraima, porta de entrada do comércio entre os dois países, e põe em risco a parceria econômica na região.

Exportadores foram pegos de surpresa quando as mercadorias brasileiras – como farinha, margarina, cacau e cana-de-açúcar, passaram a ser tarifadas mesmo com a apresentação de certificados de origem, que garantem isenção tributária no âmbito do Acordo de Complementação Econômica entre os países.

Sem o reconhecimento dos certificados, os produtos brasileiros podem sofrer alíquotas que variam entre 15% e 77%. A Federação das Indústrias de Roraima (Fier) e a Câmara de Comércio Brasil−Venezuela cobram explicações e suspeitam de uma reorientação política de Caracas em relação ao Mercosul. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado por Geraldo Alckmin, já iniciou tratativas com o governo venezuelano para tentar resolver o impasse.

A crise comercial surge em meio a uma relação diplomática fragilizada. Em 2023, o governo Lula evitou se posicionar oficialmente sobre a contestada reeleição de Nicolás Maduro, criticada por diversos órgãos internacionais.

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