Acontece neste domingo (25) a eleição para governador e oito deputados na região de Essequibo, território internacionalmente reconhecido como parte da Guiana, mas reivindicado pelo governo da Venezuela. O pleito está sendo realizado mesmo sem a participação de moradores do Essequibo, já que os centros de votação foram instalados no estado de Bolívar, na fronteira com a Guiana.
A realização da eleição ocorre um ano após o presidente venezuelano Nicolás Maduro promulgar a “Lei Orgânica para a Defesa de Essequibo”, que transforma a região de 160 mil km² em província venezuelana. “É inabalável a nossa vontade de recuperar os direitos históricos, territoriais e para além da Guiana Essequiba”, afirmou Maduro.
A Guiana, por sua vez, considera o ato uma ameaça à sua soberania. Em março deste ano, o país recorreu à Corte Internacional de Justiça (CIJ), órgão jurisdicional da Organização das Nações Unidas (ONU), pedindo proteção diante do anúncio das eleições no território.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, declarou que a medida promovida por Maduro “compromete a estabilidade regional” e fere a integridade territorial guianense. O Essequibo é uma região rica em petróleo e alvo de longa disputa entre os dois países.
Este será o primeiro pleito organizado pela Venezuela para eleger representantes no Essequibo, marcando mais um capítulo na disputa territorial. Autoridades venezuelanas afirmam que a eleição fortalece a reivindicação histórica de Caracas sobre a região.