Uiramutã, em Roraima, é a cidade com a menor renda mensal domiciliar per capita do Brasil, de acordo com dados do Censo 2022: Trabalho e Rendimento, divulgados na quinta-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Considerada pelo segundo ano seguido a pior cidade para se viver do país, segundo estudo do Índice de Progresso Social (IPS), a cidade, que fica a 362 km da capital Boa Vista, tem 13.751 habitantes que vivem com menos de R$ 10 por dia.
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A renda mensal domiciliar per capita foi de R$ 1.638 no Brasil no ano de 2022, em termos nominais. As famílias de Uiramutã sobreviviam com apenas R$ 289 por pessoa por mês, cerca de R$ 9,63 por dia.
Para efeito de comparação, o rendimento das famílias de Uiramutã é 15 vezes menor que o valor de cada pessoa do município de Nova Lima (MG), que teve o melhor desempenho nacional (R$ 4.300).
O indicador do rendimento per capita considera o valor disponível por integrante da família somando todas as fontes de renda, como trabalho, aposentadoria, pensões, benefícios sociais e aluguéis.
Como é viver em Uiramutã
Único município de Roraima que faz fronteira com dois países, Venezuela e Guiana, Uiramutã se tornou um município brasileiro em 1995. Antes de ser elevado à categoria, a cidade era um aglomerado rural, distrito do município de Normandia.
Cercado de serras e lavrado, vegetação típica de Roraima, a região tem uma área territorial de 8.113,598 km². Do total de 13.751 habitantes, 13.283 identificam-se como indígenas.
Infraestrutura precária
Atingindo somente 37,63 em uma escala de 0 a 100 do IPS, o humilde município do país enfrenta diversos desafios de infraestrutura geral. O acesso à cidade saindo de Boa Vista é feito pela RR – 319, uma via não pavimentada que dificulta o trajeto.
Por causa desses problemas, economicamente a população local lida com vários desafios que limitam o crescimento do PIB interno e o desenvolvimento dos moradores.
Uiramutã tem na criação de animais, na mineração e na exploração da atividade turística suas principais fontes de renda.
A precária oferta de serviços fundamentais intensifica as dificuldades da vida comunitária, marcada por baixa renda e graves diferenças sociais.
A coleta de lixo ineficaz, a baixa qualidade dos serviços básicos e a iluminação pública deficiente são exemplos da carência de atividades na cidade que fica no interior de Roraima.
A infraestrutura habitacional e qualidade na educação também são consideradas ineficientes na cidade.