
O Senado Federal instalou nesta semana a Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras, com a participação de 13 senadores de diferentes partidos e regiões do país. O objetivo é discutir a exploração, industrialização e políticas públicas voltadas para esse grupo de minerais indispensáveis à produção tecnológica e à transição energética.
No entanto, nenhum dos três senadores de Roraima: Chico Rodrigues (PSD), Hiran Gonçalves (PP) e Mecias de Jesus (Republicanos), faz parte da iniciativa, apesar de o estado ter sido palco, recentemente, de uma descoberta considerada promissora.
Terras raras em Roraima
Pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) identificaram, em Caracaraí, no Sul do estado, rochas e argilas com alta concentração de elementos terras raras. A área, conhecida como Complexo Mineral Barreira, tem 36 hectares e já apresentou índices acima da média de minerais como o ítrio, essencial para a fabricação de equipamentos eletrônicos. A possibilidade da confirmação de uma jazida colocaria Roraima no mapa estratégico da mineração nacional.
Frente Parlamentar
A Frente Parlamentar é composta pelos senadores Nelsinho Trad (PSD/MS), Eduardo Girão (NOVO/CE), Tereza Cristina (PP/MS), Astronauta Marcos Pontes (PL/SP), Esperidião Amin (PP/SC), Jorge Seif (PL/SC), Fernando Farias (MDB/AL), Damares Alves (REPUBLICANOS/DF), Luis Carlos Heinze (PP/RS), Izalci Lucas (PL/DF), Hamilton Mourão (REPUBLICANOS/RS), Alessandro Vieira (MDB/SE), Rogério Carvalho (PT/SE).
O grupo promete atuar junto ao governo federal para garantir marcos regulatórios, investimentos e condições para que o Brasil aproveite o potencial das terras raras, hoje exploradas em grande parte pela China.
A ausência de parlamentares roraimenses chama atenção justamente porque o estado surge como uma das novas fronteiras minerais do país. A descoberta em Caracaraí, se confirmada economicamente viável, pode impactar a economia local e nacional, gerando empregos, renda e fortalecendo a soberania brasileira na produção desses elementos estratégicos.
Para pesquisadores da UFRR, o momento exige articulação política e investimentos em ciência e tecnologia. Sem isso, Roraima corre o risco de ficar à margem das decisões que podem definir o futuro da exploração de terras raras no Brasil, mesmo sendo um dos estados que despontam com potencial para se tornar protagonista no setor.