Eliakin Rufino. Foto: acervo pessoal

Considerado um dos produtores máximos da cultura roraimense, o poeta, escritor e compositor roraimense Eliakin Rufino completa 69 anos nesta terça-feira (27). Nascido em Boa Vista, no dia 27 de maio de 1956, ele iniciou na vida artística nos anos 1980, tendo o primeiro livro publicado em 1984, “Pássaros Ariscos”. Anos depois o artista lançou outros livros, como Poemas (1987), Brincadeira (1991) e Poeta de Água Doce (1993).

“É uma grande felicidade e uma alegria completar 69 anos na cidade onde eu nasci e junto com a minha gente. Como diz o poeta Joãozinho Gomes, ‘o povo da minha terra em troca me dá motivos pra ser esse viajante de tantos sonhos nativos'”, contou o artista ao Roraima 1.

Após ter dedicado anos da vida ao fortalecimento da cultura local, e à construção da identidade roraimense, Eliakin manifestou um sentimento de responsabilidade local e cultural.

“Como roraimense eu sempre tive um sentimento de responsabilidade com a minha terra. Um afeto responsável. ‘Quando a gente gosta, é claro que a gente cuida’. Eu faço uma arte que tem compromisso com a beleza e com a cidadania”, acrescentou.

Movimento Roraimeira

Foi em 1984, que Eliakin Rufino, junto a Zeca Preto e Neuber Uchôa formou o Trio Roraimeira, que há 40 anos vem se consolidando como expoente máximo da cultura de Roraima. Em mais de quatro décadas de história, o trio levou a música, as danças, a culinária e as tradições roraimenses para shows por todo o Brasil, e pelo mundo, em um exemplo único de reconhecimento e valorização da cultura regional.

O Trio Roraimeira foi responsável por hinos históricos e atemporais, conhecidos por quase todos os roraimenses e roraimados, como: ‘Roraimeira’, ‘Cavalo Selvagem’ e ‘Cruviana’. Como forma de reconhecimento, em 2018, eles foram agraciados com a maior honraria no campo da cultura no Brasil, a “Ordem do Mérito Cultural”, pelo Ministério da Cultura.

Eliakin definiu o movimento como necessário para reconhecer e valorizar o que Roraima tem de mais lindo. “O Movimento Roraimeira, nos últimos 40 anos, ajudou a esboçar uma fisionomia cultural para Roraima. Creio que contribuiu para criação desse sentimento de pertencimento necessário para amar, respeitar e valorizar o que é nosso”.

Hino de Boa Vista

Eliakin ainda foi além, e deixou sua marca em definitivo no Estado. Após ganhar um concurso promovido pela Prefeitura de Boa Vista, ele foi responsável pela autoria do Hino Oficial do Município, cantada em eventos e celebrações oficiais da capital roraimense.

A letra é uma verdadeira celebração poética da cidade, destacando a beleza natural e a diversidade cultural da região. Entre as características locais o artista destacou o Rio Branco – um dos principais rios da região, os arco-íris e a chuva do caju – ressaltando a magia e a fertilidade do solo roraimense, e as novas gerações – na capital da primeira infância elas representam a esperança de dias melhores.

Hino Municipal

Em Roraima nasce um novo clarão
a cidade brilha na imensidão
o Rio Branco veste-se de azul
Vem do arco-íris chuva do caju.

São manhãs de luz
São novas crianças
O sol traz ao campo
Verdes esperanças
para o povo índio,
os negros e brancos
que semeiam vida
pelos verdes campos.

Boa Vista é ver gente tão forte
construindo vida no extremo Norte
Com os olhos cheios de felicidade
acendendo as luzes da nova cidade.

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here