Foto: Semuc

A emoção tomou conta do tablado da Arena Junina na noite desta terça-feira, 3, na abertura oficial do Boa Vista Junina 2025. Na edição que celebra os 25 anos do Maior Arraial da Amazônia, grupos de acesso e especial deram início ao concurso de quadrilhas com figurinos coloridos, passos bem-marcados e histórias que emocionaram o público.

Quadrilhas

A quadrilha Joaninha Caipira (grupo de acesso) foi quem inaugurou o tablado do BV Junina 2025. Com o tema “Amazônia, o pulmão do mundo: em busca do equilíbrio dos quatro elementos”, levou a mensagem de prevenir e defender o meio ambiente, para estabelecer o equilíbrio e a vida na Terra.

Dando sequência às apresentações do grupo de acesso, a Coração de Estudante foi a segunda da noite, levando ao público um mix de histórias envolvendo o casal Bastião e Chicória. Com o tema “O Contador de Histórias em: A Nossa Vila Nordestina”, o grupo reforçou a importância da união e de fazer o bem ao próximo.

Encerrando as apresentações do grupo de acesso, a quadrilha Namoro Caipira entrou na Arena Junina com o tema “Eu Sou o Tempo”. Na apresentação, o grupo reforçou a importância de viver todos os momentos, destacando o presente, mas sem deixar de valorizar o passado e a existência do futuro. O encerramento ainda contou com uma homenagem à Albaniza Monteiro, fundadora da quadrilha.

Grupo Especial

Abrindo as apresentações do grupo especial, a quadrilha Espantalho Junino levou o tema “Na Trilha do Sertão, onde coragem é lei e liberdade é paixão”. A apresentação se passou na cenográfica Vila de São Sebastião, interior da Bahia, retratando de forma fiel a resistência e garra que o povo cangaceiro carrega, tendo como foco a história de Maria Bonita e Lampião.

Em seguida, foi a vez do tablado se tornar palco do Baile Real da Explosão Caipira, que apresentou o tema “25 anos – É festa no Reino de São João!”. O casamento dos noivos abriu a performance com as bençãos de Santo Antônio, seguido pela celebração vibrante e repleta de alegria da quadrilha, que ainda prestou homenagens a Joel Rodrigues, fundador do grupo, que faleceu em 2020.

Fechando as apresentações, a Eita Junino entrou na Arena sob fortes aplausos da torcida. Com o tema “A Arte de quem Vive da Fé”, o grupo homenageou todas as pessoas que trabalham de forma digna na produção de artefatos religiosos, mesmo quando – muitas vezes – esse seja o único sustento. A apresentação foi repleta de efeitos e rápidas mudanças de cenário.

Tradição

A primeira noite do Boa Vista Junina 2025 reuniu centenas de famílias na Praça Fábio Marques Paracat. E na Arena Junina, o público vibrou a plenos pulmões a cada nova apresentação. Uma dessas pessoas foi a professora Kayani Firmino. Ao lado do namorado e da mãe, ela contou parte da sua história com o Boa Vista Junina.

“Desde criança eu dançava em quadrilhas. Antes, minha mãe me acompanhava para me prestigiar, mas com o tempo se tornou uma tradição pra gente. Além disso, as quadrilhas daqui são diferentes do Nordeste, de onde eu vim. As saias e figurino daqui, são feitos aqui mesmo. E o giro alto da saia, isso é daqui também. É diferente”, disse.

Homenagem

Houve também a entrega de faixas para a Maria Lucarelly (Rainha da Diversidade), Érica Rodrigues e Rafael Nascimento (Casal de Noivos) e Amanda Prola e Sanderson Cabral (Rainha Caipirinha e Rei Matuto) deste ano. O diretor Chiquinho Santos também chamou alguns dos pioneiros do Boa Vista Junina para singelas homenagens. A Arena Junina se uniu em aplausos e cantou parabéns aos 25 anos do Maior Arraial da Amazônia.

Inovações 

Entre as inovações do concurso deste ano está a inclusão de premiações técnicas individuais, com troféus destinados aos três melhor colocados nas categorias: Visagismo, Cenografia e Iluminação Cênica, avaliadas por professores doutores. Vencedores das categorias Rei Matuto, Rainha Caipira, Rainha da Diversidade e Casal de Noivos recebem premiação de R$6 mil.

De acordo com o diretor-executivo do Concurso de Quadrilhas, Chiquinho Santos, os 25 anos de arraial serão marcados por essas inovações. “Neste ano, a Arena Junina está maior e 5 mil pessoas poderão acompanhar a competição de forma confortável. Todas as novidades foram estudadas pela Fetec [Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura] para deixar o evento ainda mais especial para o público”, disse.

Evento ainda mais especial

A competição ainda conta com 24 grupos concorrendo, sendo 12 do Grupo Especial e 12 do Grupo de Acesso. O concurso segue até sexta-feira, 6, com a apuração marcada para o dia 7, na Arena Junina. Já no domingo, 8, as campeãs do Grupo Especial e do Grupo de Acesso fazem a apresentação da vitória e sobem mais uma vez ao tablado do evento, além de receberem o troféu.

Outra novidade é a entrega do novo e moderno troféu. Agora, o artigo é de posse fixa da quadrilha campeã. O antigo era transitório que, a cada ano, ficava com a equipe vencedora. A quadrilha campeã do Grupo Especial garantirá um pacote com passagens aéreas para representar Roraima no cenário nacional de quadrilhas juninas.

O corpo de jurados do concurso passou por renovação, com nove julgadores, sendo seis locais e três de outros estados. Como em todo evento da Prefeitura de Boa Vista, as crianças também têm espaço garantido no Maior Arraial da Amazônia. As quadrilhas mirins subirão ao tablado e o público pode esperar um show de fofura. É importante ressaltar que não há competição para as crianças.

Apoio dos quadrilheiros

Segundo o presidente da Federação Roraimense de Quadrilhas Juninas, Jhonathas Rodrigues, os quadrilheiros receberam as novidades com empolgação. “Acolhemos essas mudanças com otimismo, pois o público tem crescido a cada ano e o movimento junino merece esse reconhecimento. O investimento que a prefeitura faz nos grupos quadrilheiros é indispensável”, contou.

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