Foto: PCRR

Um estudante universitário, identificado pelas iniciais A.C.F.R., de 32 anos, foi preso em flagrante durante a Operação Dólon, da Polícia Civil de Roraima (PCRR), por suspeita de envolvimento em um esquema de falsificação de atestados médicos. A ação, deflagrada na manhã desta terça-feira (18) pelo 4º Distrito Policial (DP), também resultou na apreensão de documentos falsificados e materiais usados na fraude.

O nome da operação faz referência a Dólon, personagem da mitologia grega que tentou enganar os gregos e foi descoberto. Coordenada pelo delegado Guilherme Peres, a operação cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de N.A.F., de 44 anos, técnico em análises clínicas, no bairro Asa Branca. Investigado há meses, ele não foi localizado no momento da abordagem.

As investigações começaram em dezembro de 2024, após a denúncia de uma empresária, que identificou um atestado suspeito apresentado por uma funcionária. Ao verificar a autenticidade do documento com o médico que supostamente o assinou, constatou-se que era falso.

“A partir dessa denúncia, iniciamos a investigação e identificamos um esquema de falsificação e venda de atestados médicos em larga escala. Durante as investigações, ouvimos diversas pessoas citadas, o que nos levou a N.A.F. e, posteriormente, ao flagrante de A.C.F.R.”, explicou o delegado Guilherme Peres.

Na casa de N.A.F., os policiais encontraram sete carimbos falsificados de médicos, 50 atestados médicos preenchidos com assinaturas e carimbos falsos, além de cerca de 200 atestados em branco e outros materiais relacionados à falsificação.

O estudante confessou que ele e o namorado vendiam até 50 atestados falsos por mês, cobrando valores diferenciados conforme a urgência e os dias da semana, com preços mais altos em períodos próximos a feriados e finais de semana.

“Eles vendiam cada atestado médico pelo valor médio de R$ 60,00. O esquema causava prejuízos para empresas, para o sistema de saúde e comprometia a credibilidade da classe médica, cujos nomes e carimbos eram utilizados sem autorização”, destacou o delegado.

De acordo com Peres, o impacto da fraude vai além dos prejuízos financeiros. “O uso desses documentos ilegais gera grandes prejuízos à sociedade, impactando a economia, sobrecarregando os serviços públicos e favorecendo fraudes trabalhistas e previdenciárias. Além disso, médicos que tiveram seus nomes envolvidos são vítimas dessa fraude e não possuem qualquer ligação com o esquema”, afirmou.

A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar todos os envolvidos. “Como falsificadores já identificamos duas pessoas, sendo que um foi preso em flagrante. Temos o nome de 50 pessoas que estão sendo investigadas, cujos nomes estavam nos atestados médicos falsificados. As investigações vão apontar a responsabilidade de cada um. Em interrogatório, o investigado disse que há aproximadamente quatro anos eles atuam nesse esquema. As investigações vão esclarecer todos esses detalhes”, disse Peres.

 

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