O projeto Moro-Morí, desenvolvido pela Prefeitura de Boa Vista para incentivar a piscicultura em comunidades indígenas, chegou à comunidade São Marcos, na região do Baixo São Marcos. O tanque de criação, com 150×20 metros, passa por tratamento da água e, nos próximos dias, será povoado com alevinos, marcando o início de um novo ciclo produtivo.
A iniciativa tem impacto direto na segurança alimentar das famílias e na economia local, com geração de emprego e renda. De acordo com o secretário municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Cezar Riva, o projeto vai além do apoio técnico.
“É uma ação de valorização cultural, geração de renda e sustentabilidade. Oferecemos suporte técnico, escavação do tanque, equipamentos, alevinos, rações e capacitação, fortalecendo a economia local de forma sustentável em cada comunidade atendida”, destacou.
Produção e renda
Atualmente, 14 comunidades indígenas já contam com a iniciativa e outras três devem ser contempladas até o fim do ano. Segundo a prefeitura, cinco comunidades já realizaram a despesca, retirando juntas cerca de 11 toneladas de peixe dos tanques. Parte da produção foi consumida internamente e outra parcela destinada à venda, garantindo circulação de renda entre as famílias.
Na comunidade São Marcos, seis famílias estão diretamente envolvidas na condução do projeto. O tuxaua local, Cleidson Pereira, ressalta o impacto econômico da ação:
“Sem o apoio da Prefeitura, não conseguiríamos implantar a atividade, já que o investimento inicial é alto. Agora, além de garantir alimento, temos a chance de gerar renda para a comunidade”, afirmou.
Capacitação e gestão
As famílias responsáveis pelo manejo dos tanques recebem formação técnica em piscicultura, incluindo práticas de preparo da água, controle de doenças, alimentação dos peixes e acompanhamento biométrico. A proposta é que o conhecimento seja multiplicado entre os moradores, envolvendo inclusive crianças e jovens, para dar continuidade ao projeto e expandi-lo na região.
Com a expansão do Moro-Morí, Boa Vista fortalece a produção sustentável de pescado e cria novas oportunidades econômicas nas comunidades indígenas.