A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (8/4) a operação Cisne Negro, para coibir supostos crimes licitatórios, desvios de dinheiro público, lavagem de capitais e organização criminosa, ocorridos no âmbito da Universidade Estadual de Roraima.
A investigação apurou que, possivelmente, houve direcionamento de licitação para determinada empresa de engenharia, bem como superfaturamento dos serviços em tese contratados.
O prejuízo estimado é de mais de 100 milhões de reais, o que pode ter ocasionado enriquecimento ilícito dos membros da organização criminosa.
As equipes cumprem diversas medidas cautelares determinadas pela Justiça Estadual de Roraima, tais como busca e apreensão, sequestro de bens, apreensão de veículos e de valores, colocação de tornozeleira eletrônica e bloqueio de valores.
A operação é um desdobramento de uma apreensão de mais de 3 milhões de reais em espécie ocorrida em agosto de 2023. O ex-reitor da instituição, Regys Freitas, que hoje é contralador-geral do estado, foi flagrado com o dinheiro em espécie.
Regys Freitas ocupou o cargo de reitor da Uerr de 2016 a 2023. Desse modo, ele teve a gestão marcada por polêmicas e operações da Polícia Federal (PF).
No dia 18 de agosto do ano passado, a PF apreendeu R$ 3,2 milhões na casa do irmão de um dos sócios de uma empresa investigada, através da Operação Harpia. A quantia estava guardada em sacos de lixo.
A PF obteve informações que indicariam o saque de um possível pagamento de propinas relacionado à contratação de uma empresa de engenharia.
A firma teria vencido uma licitação, no valor de R$ 16 milhões, pela Universidade Estadual de Roraima (UERR) na semana anterior à operação.
Dias depois, em um desdobramento da operação, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na UERR, ocasião em que os agentes apreenderam documentos.
Em setembro do mesmo ano, o então reitor pediu a anulação do mandado à Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Comarca de Boa Vista.
A defesa de Regys justificou que o contrato com a empresa de engenharia, investigada na operação, venceu licitação na Uerr, publicada em fevereiro deste ano. Contudo, por um erro, a publicação precisou ser republicada no dia 11 de agosto.