Segundo dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a Operação Asfixia, coordenada pela Casa de Governo e executada por forças federais, resultou na desmobilização de 96% das áreas de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) durante o mês de junho.
A ação envolveu a destruição de pistas clandestinas, acampamentos, apreensões de combustível e minério, além de bloqueios de rotas de abastecimento. As equipes atuaram por terra, água e ar para conter a atividade ilegal e retomar o controle do território.
Destruição da pista no garimpo do Mucuim
A operação foi iniciada às 20h43 do dia 9 de junho com a destruição da pista clandestina no garimpo do Mucuim, realizada pelo Comando Conjunto Catrimani II. A ofensiva se dividiu em duas frentes: uma atuando dentro da TIY e outra no entorno, por rodovias e vicinais do sul de Roraima.
Instalação da base no garimpo do Rangel e destruição da pista do Noronha
No dia 17, foi instalada uma base de operações no garimpo do Rangel, área estratégica às margens do rio Couto Magalhães. A partir dali, helicópteros, quadriciclos e embarcações realizaram patrulhamentos e ocupações. O acampamento central passou a ser núcleo de comando conjunto da Casa de Governo, Força Nacional, Funai e Exército.
Também neste dia, o Comando Conjunto destruiu a pista clandestina do Noronha, às margens do rio Uraricoera, inutilizando uma aeronave com prefixo adulterado, além de apreender ferramentas, equipamentos e sacos de cassiterita.
Resgate de garimpeiro ferido no garimpo do Rangel
Em 22 de junho, agentes da Funai e da Força Nacional resgataram um garimpeiro de 28 anos, ferido com golpes de facão, que permaneceu cinco dias aguardando socorro em uma cabana à beira do rio. Segundo ele, o ataque foi cometido por um “gerente” do acampamento após disputa sobre divisão de ouro.
Destruição da Pista do Japão, apreensões e rendições
O Ibama destruiu a pista clandestina “Pista do Japão”, em Samaúma, fora da TIY, no dia 23 de junho. Durante ação fluvial no rio Apiaú, Força Nacional e Funai destruíram um acampamento ativo, apreendendo 300 litros de combustível e outros materiais.
No mesmo dia, dois garimpeiros se entregaram voluntariamente à Polícia Rodoviária Federal e foram encaminhados à Polícia Federal em Boa Vista.
Também na zona urbana de Boa Vista, em operação conjunta, foram apreendidos 620 quilos de cassiterita extraída da TIY, além de uma caminhonete, GPS e balança digital. Dois homens tentaram fugir, mas foram detidos.
Fiscalizações em vicinais e bloqueio de rotas no entorno da TIY
Equipes da ANTT, PRF, ANP e Força Nacional instalaram barreiras nas vicinais de Samaúma, Campos Novos e Roxinho, com foco no controle das rotas usadas para transporte de combustíveis, alimentos e equipamentos para o garimpo.
Na vicinal 2 de Samaúma, foi identificada uma casa armazenando galões de combustível, usada como ponto de apoio. Moradores relataram que antes das barreiras aviões pousavam em vicinais 2, 3 e 6, utilizando trechos improvisados.
