Foto: Neto Figueredo

Neste sábado, 11, houve o início das operações do novo corredor hidroviário da Amaggi, em Caracaraí, marcando o primeiro embarque de soja pela ETC (Estação de Transbordo de Cargas) da empresa, recém-instalada na Vila Vista Alegre, às margens do Rio Branco.

A operação representa um marco logístico para o agronegócio roraimense, consolidando a nova rota fluvial que substitui o transporte rodoviário até Manaus (AM), antes com 763 quilômetros de estrada, por um trajeto de 155 quilômetros rodoviários até a nova estrutura, que despacha direto até o porto da Amaggi em Itacoatiara (AM).

Com investimento estimado em R$ 100 milhões, o projeto da Amaggi recebeu autorização especial da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) na quinta-feira, 9, para início imediato das operações.

Nesta primeira fase, a operação piloto deve movimentar entre 60 mil e 70 mil toneladas de soja, garantindo uma economia de cerca de R$ 80 por tonelada e uma redução de até 74% no tráfego rodoviário de grãos no trecho atual. A nova rota também permitirá o transporte de calcário e fertilizantes no sentido inverso, barateando os custos de produção para os agricultores locais.

O representante da multinacional em Roraima, Marcílio Rocha, explicou que a empresa já vem realizando importantes investimentos no Estado e reiterou que a nova rota representa uma virada de chave para o escoamento da produção de Roraima.

“Essas cargas de soja produzidas no Estado de Roraima serão escoadas via fluvial, em barcaças até o porto em Itacoatiara, no Amazonas, de onde serão transportadas para um navio. Ao longo desse processo de pesquisa para a implantação desse projeto, tivemos um apoio do Governo do Estado, que nos motivou, que nos incentivou a seguir em frente nesse projeto e, quando tem o apoio do setor público, a gente consegue fazer as coisas andarem e, consequentemente, tem-se o desenvolvimento para a região”, afirmou Rocha.

O gerente-geral da empresa, Cícero Lima, explicou ainda que o empreendimento reforça a presença da Amaggi em Roraima e amplia as rotas de exportação de grãos produzidos no Estado. A empresa já opera outros corredores hidroviários nos rios Madeira, Amazonas e Tapajós, e agora aposta no potencial logístico do Rio Branco.

O representante também pontuou que a transbordadora que fará esse translado de cargas tem capacidade inicial para descarregar mais de 200 toneladas por hora. Lima também explicou que, em Itacoatiara (AM), toda a carga oriunda de Roraima deverá ser embarcada em navios e destinada a diversos países. No sentido contrário, é prevista a importação de fertilizantes.

“Vão ter algumas dificuldades, como a sazonalidade do Rio Branco. A gente pretende trabalhar paralelamente à safra local, que se inicia no final de julho ou início de agosto. É nessa época que pretendemos vir com grandes comboios. Atualmente, estamos em fase de testes, mas a partir de agosto, esperamos operar com barcaças totalmente carregadas. O objetivo é realizar essa operação, no máximo, até outubro, para evitar a estação seca do rio. Após esse período, a estrutura será montada novamente no ano seguinte”, destacou.

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