A propagandista médica Jully Gabriella Passos Mota, 26 anos, foi denunciada pelo Ministério Público de Roraima (MPRR) por homicídio culposo, lesão corporal e omissão de socorro pela morte do engenheiro e corredor amador José Francisco Gomes, de 49 anos, conhecido como Ferrinho. O acidente ocorreu no dia 29 de março na rodovia estadual RR-321, na zona rural de Boa Vista, quando Jully atropelou quatro atletas que treinavam na via.
O MPRR destaca que o homicídio e as lesões ocorreram em um único ato — um atropelamento coletivo — o que, segundo o artigo 70 do Código Penal, justifica o aumento da pena devido à quantidade de vítimas. Além disso, o órgão solicitou multa para reparação dos danos materiais e morais causados, especialmente à família de Ferrinho, sem revelar o valor sugerido.
A Polícia Civil indiciou Jully por homicídio com dolo eventual — quando o condutor assume o risco de matar —, omissão de socorro e fuga do local do acidente para tentar escapar da responsabilidade. A defesa informou que apresentará resposta após o recebimento formal da denúncia pela Justiça.
O caso
Ferrinho sofreu uma forte pancada na cabeça, foi levado inconsciente ao hospital, passou por cirurgia e ficou internado na UTI, vindo a falecer quase um mês depois do atropelamento. Além dele, Levi de Paula Souza teve fraturas na tíbia e fíbula e laceração no couro cabeludo, enquanto Shirley Ferreira Serejo de Paula e Gabriella Freitas Monteiro sofreram ferimentos leves.
Testemunhas afirmam que Jully apresentava sinais visíveis de embriaguez no momento do acidente, com cheiro forte de álcool, olhos vermelhos e fala confusa, além de ter se recusado a fazer o teste do bafômetro. A defesa nega a embriaguez, alegando falta de provas concretas e inconsistências nos depoimentos. Mesmo assim, o Ministério Público pede que a pena seja agravada pelo fato de a motorista ter dirigido sob efeito de álcool.
