A Polícia Civil encerrou o inquérito que investigava o atropelamento ocorrido em março no bairro Pedra Pintada e indiciou Jully Gabriella Passos Mota, de 29 anos, por homicídio com dolo eventual pela morte do atleta José Francisco Gomes, de 49 anos. Ela também foi indiciada por lesões causadas a outros quatro corredores, além dos crimes de deixar de prestar socorro e fugir do local do acidente, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro.
O acidente aconteceu em 29 de março de 2025, quando Jully dirigia sob efeito de álcool após sair de uma festa na Avenida Ville Roy. Testemunhas informaram que ela trafegava em alta velocidade, de forma descontrolada, invadindo o canteiro lateral da rodovia RR-321, onde cerca de 30 atletas participavam de um treino. As vítimas estavam fora da pista de rolamento, usando a faixa lateral de asfalto e piçarra devido à falta de acostamento.
José Francisco Gomes ficou gravemente ferido e faleceu em 27 de abril, após quase um mês internado. Outros três corredores também sofreram ferimentos graves.
A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida (ICPDA) contribuiu para esclarecer a dinâmica do acidente e a gravidade das lesões, apontando que a motorista assumiu o risco de causar a morte, configurando o dolo eventual.
Segundo o boletim de ocorrência, a condutora apresentava sinais claros de embriaguez, como olhos avermelhados, sonolência, odor de álcool e roupas desalinhadas. Ela recusou-se a fazer o teste do bafômetro em duas tentativas feitas pela Guarda Civil Municipal.
Após o acidente, Jully tentou fugir do local, mas foi contida por populares. Ainda segundo testemunhas, demonstrou frieza diante da situação e fez comentários como “isso não vai dar em nada” e “só estou esperando pagar a fiança”.
As vítimas integravam o grupo de corrida “Runners Team”, que havia saído de um posto de combustíveis próximo ao local.
Embora tenha sido presa em flagrante, Jully foi liberada na audiência de custódia. Com a conclusão do inquérito, ela foi formalmente indiciada e o caso seguirá para análise do Ministério Público e do Judiciário estadual.