O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) investiga o desaparecimento de armamentos e equipamentos na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Segundo informações do Metrópoles, ao menos nove cartuchos, três munições e um rádio APX, pertencentes à Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública (DFNSP), foram extraviados na região.
De acordo com documentos obtidos pela reportagem, o MJSP instaurou 11 inquéritos técnicos para apurar o caso entre setembro de 2024 e fevereiro de 2025. Questionado, o ministério confirmou as informações, mas afirmou que as investigações são sigilosas.
“O Ministério da Justiça e Segurança Pública informa que os inquéritos instaurados para apurar o extravio de materiais na Terra Indígena Yanomami estão em andamento e têm caráter restrito, a fim de não comprometer as investigações”, declarou a pasta em nota.
Ainda segundo o MJSP, a apuração busca esclarecer as circunstâncias do desaparecimento dos materiais e identificar possíveis responsáveis. “Caso seja constatada responsabilidade de um ou mais agentes, serão adotadas as medidas cabíveis, incluindo providências para ressarcimento ao erário e possível desmobilização do profissional envolvido”, acrescentou.
Cada um dos processos administrativos tem um prazo de 20 dias para ser concluído a partir da data de autuação. Fontes da Polícia Federal (PF) explicaram ao Metrópoles que, caso necessário, a investigação poderá ser encaminhada para a esfera criminal.
Crise humanitária na Terra Yanomami
A região Yanomami enfrenta uma grave crise humanitária. Em 2023, o Ministério da Saúde declarou estado de emergência devido ao aumento dos casos de desnutrição, malária e Covid entre os indígenas. Com isso, uma força-tarefa composta por diversos ministérios passou a atuar no território, incluindo as pastas da Defesa, Direitos Humanos e Povos Indígenas.
Além disso, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar possíveis crimes de genocídio e omissão de socorro contra o povo Yanomami. O Metrópoles revelou em janeiro que a investigação, iniciada há dois anos, ainda não foi concluída.