Uma megaoperação conjunta prendeu, nesta terça-feira (25), 26 integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) durante a Operação Fim de Dança II. As equipes de segurança cumpriram 77 ordens judiciais e atingiram simultaneamente o núcleo operacional e o setor financeiro da facção em seis municípios de Roraima e no estado de São Paulo. A última prisão ocorreu no início da noite, em Mucajaí. As ações também resultaram em nove flagrantes e na apreensão de drogas, celulares, munições, veículos e outros materiais ligados ao grupo criminoso.
A DRACO (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), da Polícia Civil, conduziu a investigação por cerca de seis meses. A operação integra a terceira etapa da Operação Nacional da RENORCRIM (Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas) e contou com apoio técnico e operacional do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de Roraima.
A Polícia Civil mobilizou mais de 300 agentes, incluindo 51 delegados, e utilizou 95 viaturas. As ações se concentraram em Boa Vista, Mucajaí, Iracema, Caracaraí, Rorainópolis e São João da Baliza, além do cumprimento de mandados em São Paulo.
A Polícia Civil apresentou o balanço parcial da operação no fim da manhã. A delegada-geral Darlinda de Moura Viana conduziu a coletiva ao lado do delegado titular da DRACO e coordenador da operação, Wesley Costa de Oliveira; do coordenador do GAECO, promotor Joaquim Eduardo Santos; do delegado titular da DGH, João Evangelista; do delegado de Caracaraí, Bruno Gabriel; do delegado do NIPD, Jean Daniel; e dos delegados Hugo Cardias, Carlos Henrique e Luiz Fernando. A equipe divulgou os mandados já cumpridos, os flagrantes e os municípios alvos.
As equipes registraram nove prisões em flagrante. Em Caracaraí, os policiais apreenderam a maior quantidade de drogas: aproximadamente meio quilo de pasta-base de cocaína, além de veículos e outros materiais que fortalecem as provas contra os investigados. As equipes cumpriram 17 dos 22 mandados de prisão preventiva e realizaram buscas em 64 endereços.
O delegado Wesley Costa de Oliveira explicou que a operação atingiu diretamente o sistema operacional e o fluxo financeiro do PCC em Roraima. A facção mantinha uma rede de pontos de venda de drogas, cada um com faturamento médio estimado em R$ 1.500 por dia, com parte do valor repassado à organização. Cada unidade tinha um responsável pela administração do dinheiro e pelo abastecimento.
O delegado afirmou que o PCC possui mais de 200 membros ativos no estado, número variável em razão do constante recrutamento de jovens. Entre os presos, três ocupavam cargos estratégicos na estrutura de vendas e no controle financeiro.
A megaoperação
As equipes cumpriram dois mandados em São Paulo e prenderam um líder apontado como operador financeiro da facção. O delegado de São João da Baliza, Ricardo André, participou das ações com apoio do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), coordenado pelo delegado Ronaldo Augusto Comar Marão Sayeg. Um dos investigados já estava preso no Tocantins e recebeu novo mandado.
A delegada-geral Darlinda de Moura Viana afirmou que a operação é a maior já realizada pela Polícia Civil de Roraima.
“Essa megaoperação é fruto de uma investigação completa da DRACO, que durou mais de seis meses. Estamos atingindo o núcleo operacional e financeiro da facção e acreditamos que teremos grandes resultados nos próximos dias”, declarou.
O coordenador do GAECO, promotor Joaquim Eduardo Santos, destacou que o combate ao crime organizado exige ação conjunta.
“Se os criminosos atuam de forma estruturada, as instituições também precisam agir de maneira integrada”, disse.
O delegado titular da DGH, João Evangelista, afirmou que o trabalho da DRACO impacta diretamente a redução de homicídios em Roraima, já que disputas internas e conflitos da facção frequentemente resultam em mortes.
As equipes conduziram todos os presos às delegacias responsáveis para os procedimentos legais e, posteriormente, para a Audiência de Custódia. O delegado Wesley Costa informou que a operação segue ativa.
“Cumprimos 17 prisões preventivas até o momento, e as investigações continuam”, disse.








