A 13ª Vara da Justiça Federal aceitou uma denúncia oferecida pela Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF), contra os ex-senadores Romero Jucá e Valdir Raupp, ambos do MDB. Eles viraram réus pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos com a Transpetro.
Além de Jucá e Raupp, Luiz Fernando Maramaldo, Fernando Reis, Nelson Maramaldo e Sergio Machado foram alvos da decisão da Justiça.
Conforme foi apurado pela força-tarefa, as empreiteiras pagavam propina aos integrantes do MDB responsáveis pela nomeação e manutenção de Machado na presidência da estatal. Em troca, Machado garantia às empreiteiras a continuidade dos contratos e a expedição de futuro convites para licitações.
O esquema de corrupção mantido na Transpetro resultou em uma série de pagamentos ilícitos disfarçados de doações eleitorais oficiais ao partido entre 2008 e 2010 e em 2012.
Denúncia
De acordo com a denúncia, em 2008, a NM Engenharia pagou propina disfarçada de doação eleitoral oficial no valor de R$ 100 mil ao Diretório Estadual do MDB em Roraima, presidido na época por Jucá.
O dinheiro foi utilizado para a campanha eleitoral de Elton Vieira Lopes à prefeitura de Mucajaí. Ao todo, a NM Engenharia pagou R$ 1,3 milhão em vantagens indevidas, na forma de doações eleitorais, para Jucá e outros políticos do MDB.
Já em relação à Odebrecht Ambiental, esquema semelhante ocorreu em 2012, quando o ex-senador Valdir Raupp recebeu, com o auxílio de Machado, R$ 1 milhão da empreiteira. Reis, presidente da empresa na época, utilizou outra companhia do grupo, a Barro Novo Empreendimentos Imobiliários, para fazer duas doações eleitorais oficiais no valor de R$ 500 mil cada.
A reportagem contactou a assessoria de imprensa do ex-senador Romero Jucá em Roraima e aguarda retorno.