Iperr está localizado na rua Araújo Filho, no Centro da capital. Foto: arquivo

O Instituto de Previdência do Estado de Roraima (IPER) investiu R$ 8.338.049,26 no Banco Master, conforme o relatório de investimentos do próprio instituto referente a agosto de 2025. O cenário tornou-se preocupante nesta segunda-feira (18), quando o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da instituição financeira após uma investigação da Polícia Federal identificar fraudes na emissão de títulos de crédito.

Em destaque, o valor investido na instituição:

Investimento feito no Banco Master

Para ver o informe completo de investimento daquele mês do IPER, clique aqui.

A Operação Compliance Zero, deflagrada no mesmo dia, apontou que o Banco Master emitia títulos falsos e praticava crimes como gestão fraudulenta e organização criminosa. O controlador da instituição, Daniel Vorcaro, foi preso durante a ação policial. Com a liquidação decretada, os bens dos responsáveis e ex-administradores foram bloqueados pelo Banco Central.

O caso do IPER faz parte de um contexto mais amplo de exposição de fundos de previdência a investimentos de alto risco. Outros institutos estaduais também aplicaram valores elevados no Banco Master. A Polícia Federal investiga a comercialização de títulos do banco para fundos de pensão, inclusive títulos sem cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Segundo análises divulgadas após a liquidação, a intervenção do Banco Central foi motivada pela deterioração da liquidez da instituição e pela constatação de irregularidades graves. O FGC assegura ressarcimento de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ para depósitos e investimentos que se enquadram nas regras de garantia, mas este não é o caso do IPER.

As investigações da Polícia Federal apontam que o esquema fraudulento envolvia a emissão de títulos sem lastro real, o que comprometeu a estrutura financeira do banco. A defesa de Vorcaro afirma que ele tem colaborado com as autoridades. Antes mesmo da operação, o Banco Master já era alvo de críticas por adotar um modelo de negócios considerado arriscado, baseado em altas taxas de retorno e na compra de ativos de baixa liquidez.

O Banco Central informa que a liquidação extrajudicial é empregada quando há insolvência ou infrações graves que inviabilizam a continuidade das operações de uma instituição financeira.

Com o investimento feito no Banco Master, o IPER expõe recursos previdenciários do Estado de Roraima a possíveis perdas. Se parte dos valores aplicados não estiver coberta pelo FGC, pode haver prejuízo financeiro ou demora na recuperação dos recursos, dependendo do tipo de título adquirido e da ordem de prioridade entre os credores.

Especialistas em finanças alertam que o episódio reforça a necessidade de rigor, transparência e prudência na gestão dos fundos previdenciários. Investimentos de risco elevado exigem análise criteriosa, sobretudo quando envolvem recursos destinados ao pagamento de aposentadorias e pensões.

Instituto de Previdência 

A reportagem fez contato com o governo de Roraima para saber quais os critérios para a escolha do investimento, quem optou por aquela instituição financeira, e como o governo de Roraima pretende reaver o dinheiro perdido. Estamos aguardando o posicionamento oficial, e a reportagem será atualizada caso ele chegue.

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