Teatro Municipal de Boa Vista. Foto: arquivo/Semuc

O curta-metragem de ficção “O Chocalheiro”, dirigido por Vanessa Brandão e Leonardo Brandão, estreia no próximo domingo (20), às 19h, no Cinema do Teatro Municipal de Boa Vista, com entrada gratuita. A sessão marca o lançamento oficial da primeira obra de ficção do Instituto Aichan, em coprodução com a Platô Filmes, realizada com recursos da Lei Paulo Gustavo/Fetec.

Gravado em Roraima com elenco e equipe técnica local, o filme é uma fábula sombria que entrelaça memória, drama familiar e espiritualidade ancestral. Inspirado em vivências reais, O Chocalheiro retrata os silêncios e assombros que atravessam gerações. A narrativa se passa na pequena Fazenda Cruz Nova, onde um desentendimento entre pai e filho desencadeia uma jornada inesperada. Quando Domingos, uma criança marcada pelas palavras duras do pai, adentra a mata ao entardecer, ele encontra não apenas o desconhecido, mas também a figura mítica do Chocalheiro, entidade do imaginário popular que carrega lições profundas sobre culpa, medo e reconciliação.

Com roteiro assinado por Luiz Fernando Pires, Leonardo Brandão, Vanessa Brandão e Cristiane Brandão, o curta tem atuações de Luiz Fernando, Felipe Medeiros, João Paixão Mebs, Luigi Brandão e Cristiane Brandão. A direção de fotografia e a edição são de Yare Perdomo. A trilha sonora original é da banda Ditambah, com letra de Rodrigo Mebs e produção musical de Franklin Lima.

O projeto foi selecionado pelo Edital 06/2023 da Lei Paulo Gustavo, na categoria Novos Realizadores de Audiovisual, e conta com apoio do Instituto Harmonic, Fetec, Prefeitura de Boa Vista, Município de Alto Alegre, Ministério da Cultura e Governo Federal.

“O Chocalheiro nasceu do desejo de contar histórias do nosso território com a linguagem do cinema de ficção, resgatando personagens e atmosferas que habitam nossas memórias familiares e coletivas. Fizemos um filme bonito de se ver. Espero que o público goste”, afirma Vanessa Brandão, diretora do filme.

Leonardo Brandão, codiretor do curta, destaca a importância do momento atual da cultura no Brasil, com oportunidades de formação e fomento para novos realizadores: “Queríamos dar destaque para a cosmologia local, já que passamos a vida tendo que consumir o que vem de fora. Ver nossa realidade na telona, o que acontece nas localidades distantes, é uma forma de guardar essas histórias contadas por nossos avós. Somos muito gratos por essa oportunidade de criar um filme do zero”.

Para os diretores, o maior desafio foi gerir os recursos disponíveis para realizar uma obra profissional, com potencial de circular em festivais e mostras de cinema fora de Roraima. Outro grande desafio, segundo Vanessa, foi estrear na direção já assumindo a condução de duas crianças em cena: “Imagine dois meninos em uma fazenda cheia de bichos e curiosidades, o que eles mais queriam era brincar! Quando perceberam que as gravações seriam intensas naqueles dois dias, tivemos que conversar muito e cativá-los para que tudo desse certo. O resultado ficou muito bom, uma graça”.

O curta foi gravado no final de janeiro de 2025, em apenas dois dias, em uma fazenda da família na região do município de Alto Alegre. A pré-produção foi essencial para a finalização do trabalho com qualidade. “Apesar da nossa pouca experiência com ficção, buscamos fazer tudo da forma mais profissional possível, com roteiro ajustado, roteiro técnico, ordem do dia… e ainda contamos com a Yare Perdomo, que tem formação em cinema. Aprendemos muito com ela nesse período”, finaliza Vanessa.

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