A empresa HF Soluções Financeiras, interditada em fevereiro deste ano por aplicar golpes em consórcios, foi invadida e teve computadores, móveis e documentos levados do local. Após denúncia, a Polícia Civil de Roraima e o Procon Municipal de Boa Vista foram ao local na manhã desta quinta-feira (2) e encontraram o espaço depredado e abandonado.
Na operação de fevereiro, o Procon suspendeu as atividades da HF e interditou o estabelecimento após denúncias de pelo menos 20 vítimas, com prejuízos estimados em R$ 30 mil por pessoa e cerca de R$ 600 mil no total. A Delegacia de Defesa do Consumidor já registrava 20 boletins de ocorrência contra o grupo desde o segundo semestre de 2024.
Segundo a chefe de fiscalização do Procon, Stephanie Leão, a vistoria confirmou sinais de descumprimento da interdição. “Recebemos denúncia de que, mesmo proibida de funcionar, a empresa entrou no imóvel e retirou todos os equipamentos. Quando chegamos, já estava depredado e abandonado, o que nos leva a crer que houve violação do lacre”, relatou.
Donos da empresa são suspeitos de invasão
Ela explicou que a Polícia Civil busca confirmar se o material apreendido em endereços ligados aos investigados corresponde ao que havia no local. “Durante as diligências foram apreendidos documentos e até armas de pressão na casa de um dos responsáveis. Se confirmada a ligação, teremos a prova de que os próprios donos descumpriram a interdição”, disse.
A chefe de fiscalização também destacou que a HF Soluções não apresentou defesa no processo administrativo e continua sendo alvo de reclamações. “Até hoje recebemos pessoas lesadas pela promessa de contemplação imediata de consórcios. Lembramos que isso não existe. Quem oferece esse tipo de contrato está enganando o consumidor”, alertou.
Há ainda denúncias de que os mesmos responsáveis seguem atuando sob outros nomes, inclusive em redes sociais. “Já tivemos informações de que essa empresa, agora com outras designações, continua em operação. Por isso pedimos que a população não procure imóveis ou financiamentos por redes sociais, e que sempre procure agentes credenciados”, acrescentou a chefe de fiscalização.
O Procon orienta que consumidores desconfiem de propostas de financiamento com valores muito abaixo do mercado. “Depois que o dinheiro é transferido para CNPJs ou CPFs irregulares, dificilmente será recuperado. Nosso apelo é que os boavistenses não caiam nesse tipo de golpe”, finalizou Stephanie.