Os grandes eventos promovidos pelo Governo de Roraima têm se tornado motivo de apreensão para a população. O que deveria ser espaço de lazer, cultura e celebração vem sendo marcado, cada vez mais, por desorganização, falhas na segurança e riscos reais à integridade das pessoas.
Os recentes shows da Expoferr são exemplos que ainda estão vivos na memória coletiva: registros de brigas, confusões, consumo excessivo de álcool sem controle, acidentes de trânsito no entorno e uma clara sensação de ausência do Estado no que diz respeito ao planejamento e à proteção do público. Não foram episódios isolados, mas sinais evidentes de um problema estrutural.
Diante desse histórico, cresce a preocupação com o show do cantor Leonardo, no Parque Anauá, um dos espaços mais frequentados e simbólicos da capital. A pergunta que se impõe é direta: o que mudou desde os últimos eventos? Houve reforço no planejamento? Integração real entre segurança pública, trânsito, saúde e organização? Ou estamos prestes a repetir os mesmos erros?
Eventos dessa magnitude exigem muito mais do que palco, som e atrações nacionais. Exigem controle de acesso, fluxo seguro de veículos e pedestres, policiamento adequado, brigadistas, atendimento médico e uma coordenação eficiente entre os órgãos envolvidos. Quando isso falha, o risco não é abstrato — ele se materializa em feridos, famílias em desespero e, no pior cenário, em perdas irreparáveis.
É inadmissível que a população entre em 2026 correndo o risco de pagar um preço alto, até com a própria vida, por falhas de organização da Secretaria de Cultura e do Governo do Estado. Cultura e entretenimento não podem ser tratados como improviso. Planejamento salva vidas.
Que o Parque Anauá não se transforme em palco de tragédias anunciadas. O alerta está feito. A responsabilidade também. O que a sociedade espera, agora, é ação concreta, seriedade e respeito com quem apenas quer celebrar em segurança.








