Cerca de 800 pessoas participaram da 3ª edição do Dia de Campo em Hortifrúti, realizada entre os dias 28 e 29 de junho no Centro de Difusão Tecnológica (CDT), na zona rural de Boa Vista. O evento reuniu agricultores indígenas e não indígenas, estudantes e especialistas para debater o fortalecimento da agricultura familiar e apresentar novas culturas com potencial econômico para a região.
A programação contou com palestras de especialistas da Bahia, Rondônia e São Paulo, abordando temas como controle integrado de pragas, cucurbitáceas e cafeicultura. “O público teve a oportunidade de ver, in loco, que é possível cultivar algumas culturas que ainda não são tradicionais em Boa Vista”, destacou o secretário municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Cezar Riva. Segundo ele, os primeiros testes com café no município demonstraram “um potencial fantástico” para o cultivo da espécie.
Novas tecnologias para otimizar a produção
Os participantes visitaram o Campo Experimental do CDT, onde conheceram 15 culturas agrícolas, incluindo cebola, cenoura, beterraba, berinjela e melancia. Durante a visita, foram apresentadas inovações como irrigação com energia fotovoltaica, fertirrigação e mulching – técnica que melhora a qualidade dos cultivos, otimiza o consumo de água e reduz doenças.
A cafeicultura foi um dos temas que mais despertou interesse. O diretor financeiro da Cooperativa Agropecuária dos Cinco Polos (Coopercinco), Joanilton de Queiroz, avaliou o setor como promissor. “Enxergo um mercado promissor para a produção de café, além de áreas propícias para o cultivo dessa cultura no estado”, afirmou.
Para Andrelina Duarte, produtora rural da comunidade indígena Serra da Moça, o evento foi uma oportunidade de aprendizado. “Há quatro anos trabalho com milho, feijão e macaxeira. Aproveitei esse momento para adquirir novos conhecimentos e saio daqui com uma nova visão sobre o plantio. Pelo que observei, vou tentar cultivar cebola”, afirmou.