A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Terras da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) realizará uma nova reunião na próxima segunda-feira (10), a partir das 9h. O encontro foi convocado pelo presidente da CPI, deputado Jorge Everton (União Brasil), e terá como pauta a análise do andamento das investigações, a deliberação sobre procedimentos administrativos e a oitiva das cinco primeiras testemunhas intimadas.
O presidente da Assembleia Legislativa, Soldado Sampaio (Republicanos), tem defendido as investigações e afirmou, em entrevista à Rádio Folha, que há “indícios claros” de ilegalidades. Ele destacou que a CPI busca evitar conflitos agrários semelhantes aos registrados no sul do Pará, onde disputas de terra frequentemente resultam em violência. O parlamentar também negou que a comissão esteja sendo utilizada como instrumento político para desestabilizar a gestão estadual.
O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), por outro lado, afirmou no dia 28 de fevereiro que “tem pessoas tentando desconstruir o trabalho do governo do Estado”. Ele negou qualquer irregularidade e garantiu que não existem denúncias relacionadas ao Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima). Denarium também assegurou que o processo de destinação das terras da Gleba Baliza ocorrerá somente após a conclusão de um relatório técnico, garantindo a legalidade das ações do governo.
A CPI das Terras teve origem na discussão de um projeto de lei sobre política fundiária e regularização rural no estado, enviado pelo governo ao Legislativo no início de 2024. Durante uma audiência pública realizada para debater a proposta, surgiram os primeiros alertas sobre possíveis irregularidades. O projeto está atualmente parado na Assembleia Legislativa, e segundo Soldado Sampaio, não há clima político para sua análise antes da conclusão dos trabalhos da CPI.