Um corretor de imóveis de 30 anos, identificado pelas iniciais A.C.M., foi preso nesta segunda-feira (29) em Boa Vista, acusado de aplicar golpes em transações fraudulentas envolvendo a venda de imóveis. A prisão ocorreu após o cumprimento de um mandado de prisão preventiva, decretado pela Justiça.
O homem já possui 46 boletins de ocorrência registrados em diferentes delegacias da capital. No 2º Distrito Policial (2º DP), três inquéritos foram concluídos com o indiciamento do acusado. Segundo a investigação, ele se aproveitava do seu registro como corretor de imóveis para se aproximar de proprietários e obter permissão para divulgar imóveis à venda. Porém, após conquistar a confiança dos donos, ele agia de maneira fraudulenta, negociando os imóveis diretamente com terceiros, sem que os proprietários soubessem.
O delegado Ricardo Daniel, responsável pela investigação, revelou que as vítimas acreditavam na veracidade das negociações e pagavam valores adiantados. “Ele retirava a placa de venda dos imóveis e começava a negociar com outras pessoas. As vítimas só percebiam o golpe quando já haviam pago e descobriam que os imóveis não estavam à venda ou sequer pertenciam ao acusado”, explicou o delegado.
Dentre os casos investigados, um dos mais expressivos envolveu a venda de um terreno avaliado em R$ 150 mil, com o corretor oferecendo um imóvel diferente após ser confrontado. Em outro caso, ele causou um prejuízo de R$ 198 mil ao vender uma casa sem autorização do proprietário. Um terceiro caso envolveu o pagamento de R$ 1 mil como entrada na compra de um terreno inexistente.
De acordo com o delegado, A.C.M. usava seu registro ativo no Creci para passar uma imagem de confiabilidade, o que gerava segurança nas vítimas. “Diante das evidências, solicitamos a suspensão de seu registro profissional, o que foi concedido pela Justiça. Ele está impedido de atuar como corretor de imóveis”, afirmou Ricardo Daniel.
O acusado foi encontrado e preso em um lava jato de sua propriedade, localizado no bairro São Bento, que chamou a atenção por exibir um brasão similar ao da Polícia Civil. Após a prisão, ele foi encaminhado para a audiência de custódia.