Foto: Reprodução/Semuc BV

O cultivo de roças no quintal de casa, tradição preservada por gerações, continua sendo um dos pilares da segurança alimentar em comunidades indígenas de Boa Vista. Na Vista Alegre, região do Baixo São Marcos, mandioca, banana, milho, abóbora e outras culturas crescem em pequenas áreas próximas às casas, sustentando famílias inteiras e reforçando a autonomia local.

De acordo com o secretário de Agricultura e Assuntos Indígenas, Cezar Riva, a iniciativa municipal não se limita a fornecer sementes e insumos. “Nosso trabalho envolve apoio técnico e infraestrutura para que cada comunidade produza seu alimento com qualidade e em quantidade suficiente. Além disso, buscamos estimular o excedente produtivo, permitindo que os agricultores gerem renda e ampliem sua qualidade de vida”, explicou.

O tuxaua Alcinésio Chagas, morador da Vista Alegre, reforça a importância do apoio recebido. “Há 10 anos trabalho nesse modelo de roça no quintal de casa. Como moramos em área de lavrado, precisamos corrigir o solo, e a prefeitura nos ajuda com materiais e sementes para seguir produzindo”, relatou.

Atualmente, segundo levantamento realizado em 2024, cerca de 1.500 famílias – aproximadamente 5,2 mil pessoas – vivem nas 17 comunidades indígenas de Boa Vista. Todas são atendidas com serviços de preparo do solo, máquinas, insumos e assistência técnica.

Além das roças, cresce também a produção de peixes. O projeto Moro-Mori já está implantado em 14 comunidades, com previsão de alcançar outras três até o fim do ano. Só nas comunidades de Serra da Moça, Darora, Campo Alegre, Vista Alegre e Ilha, já foram retiradas mais de 11 toneladas de pescado dos tanques, parte destinada ao consumo interno e parte à comercialização.

As ações mostram que, além de valorizar a cultura agrícola tradicional, o apoio contribui para a geração de renda, fortalece a economia local e amplia a segurança alimentar em comunidades indígenas do município.

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