A comitiva da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal chegou a Roraima nesta quinta-feira (29) para iniciar uma série de diligências com foco na situação de indígenas e migrantes na região. A agenda, que segue até sábado (31), busca verificar o acolhimento oferecido aos imigrantes venezuelanos e as condições de saúde e assistência à comunidade Yanomami.
Ao vivo pela TV Senado, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da CDH, destacou que a missão tem duas vertentes principais. “A operação tem como objetivo observar como estão os índios warao, que são indígenas da Venezuela que atravessam a fronteira para cá, em que condições eles estão chegando, especialmente as crianças, que caminham muito tempo na floresta”, afirmou.
A primeira etapa da diligência inclui visita à base da Operação Acolhida em Pacaraima, onde a comitiva vai acompanhar a recepção aos migrantes que chegam ao Brasil. “Vamos a Pacaraima conhecer a realidade deles e, claro, dos imigrantes como um todo. Depois, continuamos aqui na cidade visitando os alojamentos da operação acolhida na capital”, disse a senadora.
Além disso, a programação inclui reuniões com conselheiros tutelares e, ainda nesta quinta-feira, encontro com o secretário de Segurança do Estado para discutir a segurança e as condições do acolhimento.
Na sexta-feira (30), a comitiva vai se concentrar em diligências voltadas à situação do povo Yanomami. “Amanhã a gente começa a nossa missão para identificar, ver, observar e acompanhar as ações para o povo Yanomami”, explicou Damares.
A deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), que também integra a missão, afirmou que a visita busca confirmar denúncias sobre a crise humanitária Yanomami. “O que faltava para a gente concluir todo o trabalho da comissão externa era vir até aqui em Roraima e verificar como estão, o que eles estão realmente recebendo, porque o governo federal repassou mais de R$ 2 bilhões para cuidar da crise humanitária”, disse. Segundo ela, o relatório final vai detalhar o que foi constatado e apontar medidas que precisam ser adotadas.
Dados do Ministério da Saúde revelam que, apenas neste ano, foram registrados 33,3 mil casos de malária na Terra Yanomami, com crescimento de 10,2% em relação a 2023 e mais que o dobro do registrado em 2022. Crianças de até nove anos representam 44% dos casos.