Apesar da alta concentração populacional indígena, Roraima vai receber um número irrelevante de cestas distribuídas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) durante a pandemia de coronavírus. Para Roraima, com população declarada de 49,6 mil indígenas 151.098 indígenas, segundo dados preliminares do Censo 2020, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), serão encaminhadas 70 cestas básicas para 35 famílias.
O estado é um dos epicentros da violência contra os povos originários no Brasil. Líderes de várias etnias temem o impacto do avanço dos garimpeiros no avanço do coronavírus. Só em Roraima existem 587 localidades indígenas no país, de acordo com último levantamento divulgado nessa quinta-feira, sendo o segundo estado com o maior número.
A Funai havia anunciou nessa quinta-feira (23) a distribuição de 308 mil cestas básicas de alimentos para 154 mil famílias indígenas. As cestas devem ser adquiridas pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e a Funai será responsável pela logística de distribuição.
Uma nota publicada no site do ministério informa que cada família indígena deve receber duas cestas básicas. Cada uma conterá oito produtos. No total, a pasta deve gastar R$ 40 milhões com a compra das cestas, que também serão destinadas a quilombolas (ainda não foram divulgados mais detalhes sobre a distribuição nos quilombos); a Funai, R$ 5,3 milhões com as entregas.
Questionada sobre a divisão das cestas pela reportagem, a Funai não respondeu até o fechamento da matéroa