O Movimento Indígena de Roraima (CIR) realiza mais uma mobilização histórica com a realização do V Acampamento Terra Livre (ATL) de Roraima, que acontece entre os dias 5 a 9, deste mês. Durante os cinco dias, a mobilização pretende reunir cerca de 8 mil pessoas na Praça Ovelário Tames Macuxi, localizada no Centro Cívico de Boa Vista.
A mobilização tem como principal objetivo denunciar à vigência da Lei nº 14.701/2023, conhecida como Lei do Marco Temporal, bem como à atuação da Câmara de Conciliação instalada pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa câmara, que teve seu funcionamento prorrogado pela terceira vez até 25 de junho, tem causado sérios prejuízos aos povos indígenas e incentivado a invasão de seus territórios.
“Nos preparamos para mais essa mobilização, que é muito importante para nós”
Outro tema de grande preocupação que será debatido é o grave descaso com a saúde indígena, agravado pela ausência de coordenação no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Leste de Roraima há quase dois meses. A falta de gestão tem comprometido significativamente o atendimento às comunidades indígenas.
Também esta na pauta a luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48, de autoria do senador Hiran Gonçalves, além do Grupo de Trabalho (GT) instalado no Senado Federal para discutir a mineração em terras indígenas — uma iniciativa que representa sérias ameaças aos direitos territoriais dos povos originários.
“Estamos nos preparando para mais essa mobilização, essa mobilização é muito importante para nós. Não podemos ver os nossos direitos sendo violados e não fazer nada. Temos que lutar por tudo e por todos. É esperado mais seis mil pessoas dos territórios”, explicou a liderança Felipe Valério, que faz parte da comissão organizadora.
“Não podemos ver os nossos direitos sendo violados e não fazer nada”
Delegações indígenas das regiões do Baixo Cotingo, Serra, Alto Cuamé, Surumu, Tabaio, Amajari, Wai Wai, Yanomami, Murupu, Serra da Lua e Raposa começam a chegar à capital nesta segunda-feira (5). A mobilização reunirá mulheres, jovens, lideranças e demais representantes das comunidades.
Além de debates e palestras, o ATL contará com exposição de artesanato e apresentações de danças tradicionais. Paralelamente à manifestação em Boa Vista, também ocorrerão atos e atividades nas comunidades indígenas.