Uma startup criada em Boa Vista chamou atenção da Revista Exame ao propor uma alternativa mais acessível e justa para pequenos negócios no setor de delivery. Fundada em 2020, a Pigz virou destaque nacional ao se posicionar como uma concorrente direta de gigantes como iFood, Mercado Livre e Magalu, mas com uma proposta diferente. Em vez de cobrar comissões sobre as vendas, o serviço funciona por meio de uma mensalidade fixa, que varia de R$ 79 a R$ 399.
Criada pelo desenvolvedor macuxi Laércio Gentil e pelo gaúcho Leonardo Seefeld, que cresceu em Roraima, a plataforma oferece mais do que apenas entregas de comida. Totens de autoatendimento, sistema de comandas, venda de ingressos para eventos, controle de pedidos, emissão de notas fiscais e até integração com meios de pagamento fazem parte do ecossistema oferecido aos pequenos empreendedores.
“A ideia era que o lojista não precisasse contratar quatro ou cinco ferramentas diferentes para tocar o negócio. A gente unificou tudo em uma só plataforma”, explicou Seefeld à Exame.
A Pigz também estima que R$ 9,27 milhões deixaram de ser pagos em comissões para marketplaces tradicionais e permaneceram na economia local de Roraima. “Nossa ideia sempre foi ajudar o pequeno empreendedor a crescer com autonomia”, diz Gentil.
Além disso, a startup se beneficiou da sinergia com a Orange Labs, empresa de inovação dos próprios fundadores, e da experiência de Gentil com a Stone, onde trabalhou no desenvolvimento de modelos de franquia. Essas conexões ajudaram a moldar a tecnologia e o modelo de negócios da Pigz.
Mesmo sem rodadas de investimento até agora, a empresa se manteve com capital próprio. Agora, busca captar R$ 7,5 milhões em sua primeira rodada para acelerar a expansão nas regiões Norte e Nordeste. O foco é consolidar a presença em outras capitais e continuar atendendo mercados menos visados pelas grandes plataformas.
A Pigz também testa novas frentes de atuação, como o turismo na Amazônia, mas com cautela. Segundo Leonardo Seefeld, foi assim também com a vertical de eventos, que começou como um experimento e hoje já representa 20% da operação.
“Não vamos abraçar tudo que chega até nós. Identificamos o que realmente faz sentido para a nossa plataforma e onde conseguimos agregar valor com o mínimo de esforço”, afirmou à revista.