Roraima é o único estado brasileiro que ainda não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), permanecendo dependente de usinas termelétricas locais para atender sua demanda de energia elétrica. Essa condição faz com que os consumidores não estejam sujeitos ao sistema de bandeiras tarifárias da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mecanismo que indica mensalmente os custos de geração no restante do país.
Com a conclusão das obras do Linhão de Tucuruí, em fase final de execução, Roraima passará a ser integrado ao SIN e, consequentemente, acompanhará a variação das bandeiras tarifárias, assim como os demais estados.
Como funcionam as bandeiras tarifárias
As bandeiras foram criadas em 2015 para informar o consumidor sobre as condições de geração de energia, permitindo maior transparência na conta de luz. Elas sinalizam, mês a mês, se haverá ou não custos adicionais, de acordo com o nível dos reservatórios das hidrelétricas e a necessidade de acionamento de termelétricas.
Em 2025, os valores definidos pela Aneel são:
- Bandeira Verde: condições favoráveis de geração, sem acréscimos na tarifa.
- Bandeira Amarela: condições menos favoráveis, com custo adicional de R$ 18,85 por MWh consumido.
- Bandeira Vermelha – Patamar 1: condições mais custosas, com acréscimo de R$ 44,63 por MWh consumido.
- Bandeira Vermelha – Patamar 2: condições críticas, com acréscimo de R$ 78,77 por MWh consumido.
O calendário de acionamento das bandeiras é definido mensalmente pela Aneel. Para janeiro, por exemplo, foi estabelecida a bandeira verde em todo o país.
O que muda para Roraima
Com a entrada no SIN, a tarifa de energia em Roraima deixará de ser calculada apenas pelos custos locais de geração térmica — tradicionalmente mais altos — e passará a considerar as condições de geração do sistema nacional. Isso significa que os consumidores roraimenses, pela primeira vez, terão suas contas impactadas pelas variações das bandeiras tarifárias.
Consumidores de baixa renda, cadastrados na Tarifa Social de Energia Elétrica, terão direito aos mesmos descontos aplicados no restante do Brasil, que variam entre 10% e 65%, também incidentes sobre os adicionais de bandeira.