A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) revelou ao portal Metrópoles que deixou de consumir água e café no Senado por medo de envenenamento. A declaração foi feita após a apresentação do relatório final da CPI das Apostas Esportivas, da qual foi relatora.
Segundo a parlamentar, ela passou a andar com segurança armada e disse ter recebido ameaças nos dias que antecederam a leitura do relatório, que pediu o indiciamento de 16 pessoas. Entre os nomes estão empresários, donos de sites de apostas e influenciadores como Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra.
“Se cair uma unha minha, de alguém da minha família ou de alguém da minha equipe, sei de quem é a culpa”, afirmou a senadora, que acionou a Polícia Federal, mas não quis fazer nenhuma acusação pública.
O relatório da senadora foi rejeitado pela maioria da comissão, não resultando em nenhum indiciamento – algo que não aconteceu em uma CPI no Senado Federal nos últimos dez anos. Com o desfecho, a Comissão Parlamentar de Inquérito teve suas atividades encerradas sem que medidas fossem adotadas contra nenhum influencer ou casa de aposta.
No começo do mês, Soraya também acusou o presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), de tentar esvaziar os trabalhos da comissão. Ela alegou que ele agia por influência do presidente do PP, Ciro Nogueira. Nos bastidores, a senadora dizia que convocações eram feitas em cima da hora e que havia uma estratégia de faltas para impedir quórum nas sessões.
Acionada pelo Roraima 1, a assessoria de Comunicação do Senador Hiran não comentou as alegações da senadora, na ocasião.