A Universidade Estadual de Roraima (UERR) se manifestou nesta terça-feira (14), poucas horas após o cumprimento de mandados da Operação Meritum, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em novo passo de investigações sobre um suposto esquema de venda de vagas de concursos públicos e de vestibulares da instituição.
Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, entre eles, contra o ex-reitor da instituição, Régys Freitas.
Em nota divulgada à imprensa, a Universidade faz a citação “a verdade é o trigo que permanece quando o vento passa”, e diz estar empenhada em responder aos questionamentos da sociedade.
“A UERR reafirma seu compromisso com a verdade factual e a justiça procedimental, colaborando com todas as instâncias de controle e auditoria, internas e externas, com total abertura e respeito. Essa postura não é de defesa pessoal, mas de preservação institucional — porque a Universidade é maior do que qualquer indivíduo, e sua credibilidade é um bem público que deve ser protegido com rigor”, diz a Universidade.
“Reafirmamos, ainda, que nenhum ato administrativo, técnico ou financeiro pode ser avaliado fora de seu contexto. A gestão pública é complexa, e o cumprimento das normas deve caminhar lado a lado com a boa-fé e o interesse público. Quando erros ocorrem, devem ser corrigidos; quando injustiças se insinuam, devem ser desfeitas com serenidade e prova documental”, continua.
As investigações apontam para um esquema de venda de vagas em cursos de graduação e favorecimento em concursos da instituição. Além das buscas, a Justiça determinou a quebra de sigilo telefônico e o afastamento de servidores de suas funções. Eles continuarão recebendo os salários, mas ficam impedidos de adentrarem aos prédios da Universidade.
A reportagem tenta contato com a defesa do ex-reitor mas não localizou nenhum representante. O espaço para manifestações ficam à disposição por meio do [email protected] ou (95) 98120-2121.
Veja a nota da UERR, na íntegra:
NOTA À IMPRENSA
Transparência, Responsabilidade e o Compromisso com a Verdade
Nos últimos meses, a Universidade Estadual de Roraima (UERR) tem enfrentado um período de intensas análises internas e de questionamentos públicos. Como instituição pública de ensino superior, nossa força está exatamente na capacidade de enfrentar as adversidades com serenidade, transparência e compromisso ético — valores que sustentam o fazer universitário em sua essência.
É natural que, em momentos de crise ou de transição, surjam dúvidas, ruídos e versões fragmentadas dos fatos. É nesse cenário que se impõe o dever moral de separar o joio do trigo: distinguir, com clareza e responsabilidade, o erro eventual da má-fé, o equívoco humano da intenção dolosa, a crítica legítima da desinformação que fere reputações e instituições.
A UERR reafirma seu compromisso com a verdade factual e a justiça procedimental, colaborando com todas as instâncias de controle e auditoria, internas e externas, com total abertura e respeito. Essa postura não é de defesa pessoal, mas de preservação institucional — porque a Universidade é maior do que qualquer indivíduo, e sua credibilidade é um bem público que deve ser protegido com rigor.
Reafirmamos, ainda, que nenhum ato administrativo, técnico ou financeiro pode ser avaliado fora de seu contexto. A gestão pública é complexa, e o cumprimento das normas deve caminhar lado a lado com a boa-fé e o interesse público. Quando erros ocorrem, devem ser corrigidos; quando injustiças se insinuam, devem ser desfeitas com serenidade e prova documental.
O que se busca, portanto, não é o confronto, mas a restauração da confiança. E isso se faz com trabalho, transparência e diálogo. A UERR continuará firme na missão de formar cidadãos críticos, éticos e comprometidos com a sociedade roraimense, sem se desviar de seus princípios nem se calar diante da injustiça.
Como diz o antigo provérbio, “a verdade é o trigo que permanece quando o vento passa”. E é com esse espírito — o de quem acredita no valor do que permanece — que seguimos.