Estrada do Tepequém. Foto: Simone Miranda

O ministério do Turismo fez um levantamento de 2024, contabilizando entradas e saídas, e viu que, ao longo do ano, mais de 16 mil turistas passaram pelo estado de Roraima. Um aumento de  97% em comparação com 2023. Porém, para se entender o mercado do turismo, os números precisam ser muito melhor estudados.

De posse desses números do Mtur, o governo de Roraima aproveitou para fingir que o turismo em Roraima nunca esteve tão aquecido. A questão é que, do total de 16.278 turistas estrangeiros, 8.328 foram venezuelanos que cruzaram a fronteira. Os dados são do observatório nacional do turismo, ferramenta do próprio governo federal para analisar os números do trade brasileiro.

Os dados que foram divulgados no último (7) pelo Ministério do Turismo, Embratur e pela Polícia Federal (PF), mostraram que, somente em dezembro agora, 699 estrangeiros visitaram Roraima. Número 106.19% superior ao registrado no mesmo mês de 2023. Mas, como já dito, nem todos estão aqui para gastar dinheiro com passeios, restaurantes ou para conhecer as belezas naturais de Roraima.

Sem divulgar números próprios, o Departamento estadual de Turismo (Detur), ligado à Secretaria de Cultura do Estado, surfa em um erro óbvio do governo federal que não soube separar turistas de refugiados, e tenta  sair bem na foto, superinflando indicadores.

Turismo é coisa séria, é economia sendo fortalecida e dinheiro entrando, aqui no estado. Sem que se dê a devida importância, e sem tratar esses números com seriedade, não conseguiremos avançar neste setor já tão precarizado e descuidado por parte do governo de Roraima, que não consegue sequer concluir uma estrada há sete anos para o principal ponto turístico de nosso estado, que é a Serra do Tepequém, em Amajari.

A movimentação turística de Roraima é, em sua maioria, de acordo com o trade local (já que o Detur não possui seus próprios dados, não tem recursos de realizar uma pesquisa de setor) é proveniente do Amazonas. Os destinos mais procurados pelos amazonenses, além da capital Boa Vista, são os locais que possuem alguma infraestrutura de rodagem, como é o caso da fronteira com a Guiana, depois que o DNIT concluiu a BR-401 entre Boa Vista e Bonfim. E também o Lago do Robertinho, zona rural da capital, cuja estrada foi feita pela prefeitura de Boa Vista, a fim de facilitar o deslocamento entre os turistas, incentivando o setor.

O governo do estado tentar tirar proveito dos falsos indicadores e surfa em um erro crasso cometido pelo ministério do turismo, sem sequer conseguir categorizar quem nos visita, quem nos pede ajuda e, no caso da gestão do faz de conta, quem somente nos suga.

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