Entre os dias 7, 8 e 9 de novembro, a Comunidade indígena da Raposa I, localizada em Normandia, sediou o 10º Festival das Panelas de Barro. O evento celebra a tradição da cerâmica indígena macuxi e é uma oportunidade única para valorizar e preservar as técnicas ancestrais de produção de utensílios de barro, que são parte fundamental da identidade cultural da comunidade.
O festival não apenas destaca a habilidade dos artesãos locais, mas também serve como um importante mecanismo para a manutenção da cultura indígena. As panelas de barro, que são utilizadas em rituais e na culinária tradicional, simbolizam a ligação profunda entre a comunidade e suas raízes.
Ao reunir moradores e visitantes em torno dessa arte, o evento promove a troca de saberes e experiências, estimulando um sentimento de pertencimento e respeito pelas tradições.
Para o diretor do Departamento de Turismo da Secretaria de Cultura e Turismo de Roraima, Bruno Muniz de Brito, esse ano a festa teve um toque especial, graças à conquista pela comunidade do Certificado de Indicação Geográfica Origem concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade industrial às panelas de barro produzidas na Raposa I.
“Esse certificado é uma vitória para a comunidade, que valoriza a cultura ancestral dos índios macuxis de Roraima e proporciona uma valorização e manutenção de sua cultura”, disse Bruno.
Além disso, salientou o diretor, acabou se tornando uma grande oportunidade para o desenvolvimento do etnoturismo na região, onde as panelas de barro, que tem um modo de produção totalmente manual, desde a colheita do barro, seguindo os rituais firmados pelos antigos, até a queima de forma artesanal.
“Além de promover a preservação cultural, o festival também é um impulso significativo para o turismo na região”, salientou o diretor.
Para ele, essa é uma conquista importante para a comunidade, que é a primeira do país a receber essa certificação.
Durante o festival, os participantes podem observar demonstrações de cerâmica, participar de oficinas e saborear comidas da culinária indígena, tudo isso enquanto aprendem sobre a história e os costumes da comunidade.
A atração de visitantes gera novas oportunidades econômicas para os moradores, que podem vender suas artes e produtos locais, contribuindo para a sustentabilidade da comunidade. O evento não é apenas uma celebração da arte, mas também um meio de garantir a sobrevivência e o fortalecimento da cultura indígena em um mundo em constante mudança.