Deputados do União Brasil, Dr. Cláudio Cirurgiao e Catarina Guerra. Fotos: SupCom ALE-RR.

O deputado Dr. Claudio Cirurgião (União) afirmou, na sessão desta terça-feira (3), ter recebido uma ameaça durante a formação da comissão especial que apura a denúncia de crime de responsabilidade contra o governador Antonio Denarium (Progressistas). Segundo Claudio, o episódio foi trazido a ele por meio de um assessor parlamentar.

O político se pronunciou durante o Grande Expediente da sessão ordinária e explicou que, no processo de escolha dos nomes para representar os partidos na comissão, ele e a deputada Catarina Guerra, da mesma sigla, haviam decidido que a representação ficaria sob responsabilidade do deputado Jorge Everton. A deputada é candidata a prefeitura de Boa Vista e apoiada pelo governador do Estado.

“Do dia para a noite, houve uma mudança de estratégia do governo e a Catarina colocou-se como pretensa candidata [a participar da comissão especial]. Ora, se antes já havia um acordo interpartidário, por que mudou? E queriam que eu voltasse atrás na minha palavra, só que escolheram o deputado errado. Eu não voltei na minha palavra. Por essa minha postura, recebi uma ameaça, através de um assessor meu, que eu iria sofrer as consequências e ia saber o que era ser oposição ao governo a partir de outubro”, detalhou o deputado.

Claudio enfatizou que não vai votar favorável ao impeachment do governador, e afirmou também que “o meu presidente vai ser o Sampaio até o final, goste ele [Antonio Denarium] ou não”. E continuou: “Quero deixar claro que se isso for uma ameaça, traga até mim, sem recado”.

A deputada Catarina Guerra não se manifestou sobre o assunto.

Críticas à gestão da Saúde

Ainda no discurso, o parlamentar teceu críticas à gestão da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Ele mencionou que há um problema crônico que se perpetua ao longo dos meses de “ingerência e perseguição na pasta da Saúde”. Claudio complementou que até mesmo deputados governistas relataram a ele as dificuldades com as bases eleitorais e pacientes que batem nas portas dos gabinetes em busca de auxílio para marcar exames e consultar.

“Já falei para o governador, entreguei relatório de hospital com atraso de obra, empresa fraudulenta de outro estado que tira emprego de médico em Roraima para fazer escala com falcatrua, com consentimento de diretores de hospital. O Estado está há muito tempo sem concurso público, e no ano passado eu já pedi para parar com a palhaçada de seletivo, que coloca funcionário nas garras de uma gestão ditatorial. Já pedi isso, muitos deputados já pediram”, reforçou.

A reportagem solicitou um posicionamento sobre as denúncias de cometimento de crimes por parte da Secretaria de Saúde do Estado (Sesau). Em nota, a secretaria informou ter recebido com surpresa as declarações do deputado estadual Cláudio Cirurgião sobre alegadas perseguições a médicos concursados em favor de profissionais terceirizados nas unidades hospitalares.

“Contudo, adianta estar adotando as devidas providências para apurar essas denúncias administrativamente, como já vem fazendo de forma contínua por meio da Ouvidoria Geral do SUS em Roraima, garantindo sempre a imparcialidade e a transparência nesse processo. Além disso, a Sesau reafirma o compromisso em monitorar a assiduidade e a qualidade dos atendimentos prestados pelos médicos à população”, continua.

Em relação à suposta dificuldade mencionada por deputados para agendar atendimentos a eleitores, “esclarece que o SUS tem como premissa fundamental o acesso igualitário e equânime a todos os cidadãos, sem distinções, garantindo os direitos de toda a população de Roraima sem a necessidade de intermediários”, finaliza.

*reportagem atualizada às 22h14 com posicionamento da Sesau. 

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