Um portal de notícias da cidade divulgou um levantamento feito sobre as promessas de campanha do prefeito Arthur Henrique (MDB), em 2020. No apurado do noticioso, o prefeito teria concluído 39% do que foi prometido, outros 28% estariam em andamento, e os demais 33% não teriam sido feitos – o que equivaleria a 9 das 28 promessas ditas pelo chefe do Executivo municipal, na eleição anterior.
O fato é que, muito ao pé da letra, esse levantamento leva em consideração coisas do tipo: “Entrega de postos de saúde no primeiro ano de mandato“. Se não foi entregue no primeiro ano, foi no segundo, eles já não consideram como promessa cumprida. É meio engessado esse parâmetro. Se tiverem sido feitas outras unidades, por quaisquer motivos, ou por revisão de necessidade, também não entram como ponto positivo. Vá entender.
Nos últimos três anos o prefeito entregou diversas obras em pontos distintos da cidade, e, mais recentemente, na zona Rural também. A UBS do P.A. Nova Amazônia, foi entregue depois do prazo da reportagem para fechar o levantamento. Não foi incluída lá, por mais que já estivesse com a data marcada para a inauguração. Reformas nas unidades, ambulâncias novas, equipamentos, convocação de novos servidores, entrega de Centro Especializado em Autismo… nada disso foi levado em consideração.
Na educação, a prefeitura construiu 12 novas creches, mas como o prefeito falou “escolas”, também não foi levado em consideração. É justo? Tem escola novinha em folha, Professora Nara Ney, no Caçari, mas como a prefeitura comprou o prédio pronto, não construiu, também não vale para o levantamento. E aí? Avalie você, leitor. É justo?
Em termos de meio ambiente, a apuração focou em um novo aterro sanitário, em detrimento àquele que funciona hoje na saída para Manaus. O processo está encaminhado, não é simples, uma empresa terceirizada deve assumir a gestão do local, dentro dos caminhos viáveis, orçamentários e, sobretudo, legais. Apesar disso, inúmeras outras ações foram feitas: ecopontos têm sido inaugurados, a coleta seletiva foi ampliada, a geração de postos de trabalho com a contratação de cooperativas de catadores de recicláveis… isso também não contou.
A iluminação pública em LED, que já está em 99%, também não foi contabilizada como promessa cumprida. Faltam dois bairros, ainda em agosto o município alcançará 100% de cobertura. Mês que vem. Neste mandato. Este ano. Mas ainda assim, o levantamento não contabiliza a benfeitoria.
E assim seguem os números: No Hospital da Criança, a apuração diz que não houve construção de bloco novo, mas não leva em consideração o fato de o terreno estar emprestado ao governo de Roraima para que a maternidade de lona possa funcionar. Com todos os prazos expirados, sem a reforma da maternidade ser concluída, o que a prefeitura poderia fazer? Despejar a ocupação? Se a prefeitura toma o terreno, para onde irão essas mães e recém-nascidos que já estão comendo o pão que o diabo amassou debaixo de uma lona? É questão de bom senso.
Da mesma forma, não contabiliza-se que o Hospital Santo Antônio passou por reformas, o bloco cirúrgico, o centro de materiais esterilizados… e por aí vai.
Arthur tem feito o possível e o impossível, ainda que todo o cerco político roraimense jogue contra. Na prefeitura de Boa Vista as promessas são levadas a sério, e existe o compromisso de um gestor em entregar não 100, mas 200, 300% daquilo que o povo de nossa cidade merece.
O parâmetro é o povo, que sabe o que tem sido feito todo dia, a custa de muita luta e sacrifício, para que a cidade esteja tão bem cuidada. Sem recursos estaduais ou ajuda de muitos parlamentares federais, com um orçamento municipal infinitamente menor que o estadual, a gente pode chamar de milagre o que o município consegue entregar a nossa gente.