Desde 2022, a saúde dos Yanomami tem sido uma preocupação crescente devido ao impacto devastador do garimpo ilegal e à falta de acesso adequado a serviços de saúde. No entanto, entre 2023 e 2024, houve avanços significativos no atendimento médico dentro do território, por meio de iniciativas do Governo Federal, coordenadas pela Casa de Governo.
Nos dias 8 e 9 de julho de 2024, a equipe médica do Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) Soares de Meirelles da Marinha realizou ações de saúde na comunidade do Caju, destacando-se como um exemplo positivo desses avanços. A Marinha começou a atuar no Baixo Catrimani, Roraima, em junho, como parte da Operação Catrimani II.
Desde então, o navio tem atendido comunidades indígenas na região, oferecendo cuidados essenciais em áreas de difícil acesso. Além do NAsH Soares de Meirelles, a Marinha conta com o apoio da lancha AgEFlut Multirum IV, que facilita o acesso a locais onde o navio não consegue chegar.
A equipe médica da Marinha, em conjunto com o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei-Y), realizou atendimentos na comunidade do Caju, incluindo outras duas comunidades próximas: Curral e Tabatinga. Os serviços prestados focaram em atenção primária, testes rápidos e busca ativa de malária.
Diversidade de serviços de saúde
Os atendimentos médicos contemplaram uma variedade de cuidados essenciais durante a ação. As consultas de atenção primária focaram na avaliação e tratamento de condições crônicas como hipertensão, diabetes, síndrome diarreica, além de oferecer suporte para infecções respiratórias e desnutrição.
Entre os beneficiados estava Ana Yanomami, uma jovem mãe da comunidade de Curral, que trouxe sua filha para uma consulta de rotina. “Antes, era difícil conseguir ajuda médica aqui. Agora, sinto que podemos cuidar melhor da saúde de nossas crianças,” relatou.
Na área de odontologia, foram realizados procedimentos preventivos, extrações dentárias e tratamentos de cáries para melhorar a saúde bucal dos atendidos. Além disso, testes rápidos foram conduzidos para diagnosticar malária, doenças sexualmente transmissíveis e outras condições infecciosas, permitindo um tratamento imediato para os casos positivos. Também foram distribuídos 1373 medicamentos e 165 kits de higienização bucal.
Durante a ação, foram realizados 94 atendimentos, com um total de 719 procedimentos, incluindo 7 cirurgias odontológicas e 12 exames laboratoriais. Esses números refletem a intensidade e a abrangência dos serviços prestados.
“Estamos muito satisfeitos com os cuidados médicos e os medicamentos que recebemos. Agradecemos profundamente pela visita à nossa comunidade e por cuidar do nosso povo”, declarou Naldo Rube Waika Yanomami, Tuxaua da comunidade do Caju.
Desafios Logísticos e Esforços Colaborativos
A operação não esteve isenta de desafios logísticos. As densas florestas e os rios sinuosos da região dificultam o acesso, exigindo uma coordenação cuidadosa e o uso de múltiplos meios de transporte, como a lancha AgEFlut Multirum IV, para alcançar as comunidades mais remotas.
“O empenho de nossa equipe em superar esses obstáculos demonstra o compromisso da Marinha em garantir que nenhuma comunidade Yanomami fique sem atendimento,” disse o Primeiro-tenente Walnir, ajudante da Divisão de convés do Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) “Soares de Meirelles”.
Avanços e Perspectivas Futuras
A situação de saúde dos Yanomami antes de 2022 era alarmante, com altos índices de malária, desnutrição e doenças infecciosas. As iniciativas recentes marcaram uma mudança positiva, com uma redução significativa desses problemas e uma melhoria na qualidade de vida das comunidades.
Essas ações demonstram um compromisso contínuo do Governo Federal em cuidar e proteger as comunidades indígenas, não apenas com a retirada dos garimpeiros ilegais, mas também garantindo o acesso a cuidados de saúde essenciais. A iniciativa da Marinha no Baixo Catrimani é um passo importante para a melhoria da saúde dos Yanomami, mostrando que a presença do Estado é fundamental para a qualidade de vida dessas comunidades.