A situação ambiental em Roraima atinge um dos seus pontos mais críticos no início de 2024. A combinação de seca severa e queimadas provocou um cenário desolador, com vastas áreas consumidas pelo fogo. O estado enfrenta um dos piores inícios de ano em termos de incêndios florestais.
Veja como Boa Vista amanheceu nesta terça-feira (2):
As duas razões principais são a seca severa, agravada pelo fenômeno El Niño, e as queimadas provocadas pela limpeza de áreas para plantio e pasto. Apesar da proibição dessas práticas, os incêndios criminosos são uma triste realidade. A falta de chuvas levou o rio Branco a marcas históricas de baixa, com impactos severos na biodiversidade local e na vida das comunidades ribeirinhas.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Roraima concentra 28% de todos os focos de incêndio registrados no Brasil até março de 2024. Esse cenário alarmante é ainda mais grave nas terras indígenas, com 48% da área afetada por queimadas localizada nestes territórios. As terras indígena Raposa do Sol, São Marcos e Yanomami estão entre as mais impactadas. Isso evidencia a enorme vulnerabilidade dessas comunidades frente às mudanças climáticas e às ações humanas irresponsáveis.
Além de afetar a flora e a fauna, a estiagem e os incêndios têm impactos diretos na vida das pessoas. A escassez de água compromete não só o abastecimento humano mas também a agricultura e a pesca, essenciais para a economia local. Produtores rurais veem suas plantações destruídas, enquanto pescadores como Fernando Silva Coelho enfrentam dificuldades nunca antes vistas devido à redução drástica dos níveis de água nos rios.
Com 14 municípios, incluindo a capital Boa Vista, em situação de emergência, a prefeitura da capital e entidades como a Defesa Civil trabalham para mitigar os efeitos dessa crise. Ações de conscientização são fundamentais para combater as práticas de queimadas, enquanto esforços para revitalizar os cursos de água se mostram cada vez mais necessários.