A Amazônia registrou, em setembro, o sexto mês consecutivo de redução no desmatamento, de acordo com dados do Imazon.
No acumulado dos primeiros nove meses de 2023, a área desmatada foi quase três vezes menor em comparação com o mesmo período de 2022, passando de 9.069 km² para 3.516 km².
Apesar da redução, o desmatamento ainda persiste, e é necessário um esforço contínuo para controlar a perda da floresta na Amazônia, considerando o impacto nas mudanças climáticas, como secas e cheias mais frequentes e intensas.
Isso porque embora haja uma notável redução, a Amazônia ainda perdeu uma área equivalente a quase 1.300 campos de futebol por dia nos primeiros nove meses de 2023.
A nível estadual, o Pará liderou o desmatamento nos primeiros nove meses de 2023, com 1.000 km² de floresta derrubados, representando 29% do total. O Amazonas e Mato Grosso ocuparam o segundo e terceiro lugares, com 836 km² (24%) e 784 km² (22%), respectivamente.
“O sul paraense já é uma área de desmatamento consolidado, então estamos vendo a destruição subir em direção às florestas mais ao norte. Inclusive dentro da Flota [Floresta Estadual] do Paru, onde está a maior árvore da América Latina e a quarta maior do mundo, um angelim-vermelho de 88,5 metros de altura, duas vezes mais do que o Cristo Redentor”, comenta a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
Além disso, estados como Amapá, Roraima e Tocantins apresentaram aumento no desmatamento em relação a 2022, destacando a necessidade contínua de monitoramento e ação para proteger a Amazônia e suas áreas protegidas
Em Roraima, o desmatamento passou de 113 km² de janeiro a setembro de 2022 para 144 km² em 2023, uma alta de 27%. Em setembro, duas terras indígenas que ficam no estado e também no Amazonas ficaram com a terceira e a quarta posição entre as mais devastadas da Amazônia: a Yanomami e a Waimiri Atroari.