À medida que a região amazônica enfrenta uma das secas mais severas de sua história, repercussões críticas estão se desdobrando e afetando diretamente a produção de aparelhos de ar-condicionado. A situação ameaça a logística na Zona Franca de Manaus (ZFM), um centro crucial na fabricação de eletrodomésticos no Brasil.
A seca, agravada pelo fenômeno climático El Niño, resultou em uma drástica redução nos níveis de água dos rios, que são vias essenciais para o transporte de matérias-primas.
Grandes embarcações, impossibilitadas de chegar a Manaus devido à baixa profundidade dos rios, foram substituídas por balsas, que, embora possam navegar em águas rasas, transportam apenas uma fração da carga dos navios e têm uma velocidade significativamente menor.
Essa mudança implica em custos logísticos aumentados entre 25% e 50%.
Um alto executivo da indústria esclarece o dilema enfrentado: a demanda por ar-condicionado está em alta devido às ondas de calor, mas a capacidade de atender a essa demanda é incerta.
A falta de componentes essenciais tem dificultado a montagem de produtos, criando um ciclo de atrasos na produção e a possibilidade de escassez no mercado.
Os desafios atuais vão além dos pedidos não atendidos, afetando a capacidade de produção em sua essência.