Adevastação da floresta amazônica teve uma queda de 54% nos primeiros cinco meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Apesar dessa redução, 2023 ainda teve a quarta maior área desmatada em pelo menos 16 anos, ficando atrás apenas de 2022, 2021 e 2020.
De janeiro a maio, a Amazônia perdeu 1.542 km² de mata nativa, o equivalente ao território da cidade de São Paulo. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, que monitora a Amazônia Legal por imagens de satélite desde 2008.
Em relação aos meses, maio foi o que apresentou a maior queda na devastação, de 77%. Isso porque a derrubada passou de 1.476 km² em maio de 2022 para 339 km² no mesmo mês deste ano. Redução que precisa seguir para que 2023 feche fora das primeiras posições no ranking dos anos com as maiores áreas destruídas.
“Para intensificar ainda mais o combate ao desmatamento, é necessário que os órgãos ambientais sigam sendo fortalecidos, para que consigam ter capacidade suficiente para impedir a continuidade de atividades como o garimpo ilegal, a invasão de áreas protegidas e a grilagem de terras. E, também, realizar a destinação para a conservação de terras públicas ainda sem uso definido, que estão mais vulneráveis ao desmatamento”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Roraima e Tocantins tiveram altas de 62% e 17% na derrubada
Enquanto o desmatamento reduziu na maioria dos estados, dois deles apresentaram altas de 62% e 17% na derrubada: Roraima e Tocantins, respectivamente. No primeiro, onde a situação é mais grave, a devastação passou de 68 km² de janeiro a maio de 2022 para 110 km² no mesmo período deste ano. Já no segundo, a derrubada passou de 6 km² nos cinco primeiros meses de 2022 para 7 km² em 2023.
Mato Grosso, Amazonas e Pará seguem líderes no desmatamento
Mesmo apresentando quedas no desmatamento entre janeiro e maio deste ano, em comparação com 2022, os estados com as maiores áreas destruídas seguem sendo Mato Grosso, Amazonas e Pará. Nos cinco primeiros meses de 2023, Mato Grosso devastou 511 km² de floresta, Amazonas 372 km² e Pará 328 km², o que representa 33%, 24% e 21% do total na região. Ou seja: juntos, esses estados foram os responsáveis por 78% da floresta destruída no período, o que alerta sobre a necessidade de receberem ações prioritárias de combate ao desmatamento.