O MASP — Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand anunciou a programação de 2023, que traz um olhar voltado às diferentes histórias indígenas ao redor do mundo. Ao longo do ano, será apresentada uma série de atividades — exposições, cursos, palestras, oficinas e publicações — que propõem abordar e debater a complexidade de materiais, culturas, filosofias e cosmologias indígenas, além de discutir as suas representações na arte e o silêncio da história oficial da arte em relação à produção artística indígena.
De 24 de março até 11 de junho, a roraimense Carmézia Emiliano terá suas obras expostas no museu. A curadoria ficará por conta de Amanda Carneiro, curadora assistente do MASP.
CARMÉZIA EMILIANO: ÁRVORE DA VIDA
24.3—11.6.2023 – 1o subsolo
Curadoria: Amanda Carneiro, curadora assistente, MASP
Carmézia Emiliano (Maloca do Japó, Normandia, Roraima, 1960) é uma artista de origem Macuxi. Na década de 1990, mudou-se para Boa Vista, quando também começou a pintar. Suas telas figuram paisagens, objetos da cultura material e o cotidiano de sua comunidade: “Minha arte é um serviço que presto à cultura do meu povo, essa é a maior de todas as felicidades”, conta a artista. Oriunda da região fronteiriça com a Venezuela e a Guiana, perto do monte Roraima, a artista reflete, com sua obra, a profusão de detalhes espelhados, intrincados e interconectados de sua observação da natureza e da vida em comunidade.
O MASP possui em seu acervo quatro obras de Emiliano, todas comissionadas diretamente à artista no contexto de diferentes projetos desde 2019. Neste sentido, a mostra celebra a relação que o museu estabelece com a sua produção e apresenta os trabalhos mais recentes da artista, parte deles nunca antes visto pelo público. Tanto a exposição como o catálogo que a acompanha pretendem ampliar a compreensão da contribuição de sua obra no cenário artístico nacional.
O projeto se insere numa sequência de exposições que o MASP vem realizando nos últimos anos em torno de artistas autodidatas que trabalharam fora do circuito da arte contemporânea tradicional e da academia, como Agostinho Batista de Freitas (1927-1997), Maria Auxiliadora (1935-1974), Conceição dos Bugres (1914-1984) e Madalena Santos Reinbolt (1919-1977).