O ex-superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas e em Roraima, Alexandre Saraiva diz que o futuro governo de Lula da Silva (PT) marcou “um golaço” com a criação da Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente. Saraiva coordenou a maior apreensão de madeira ilegal na história da Amazônia em 2021. A ação resultou na abertura de um inquérito contra o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, do governo Bolsonaro.
O episódio teria influenciado na saída do ex-superintendente do órgão no Amazonas. Atualmente, Saraiva está sendo processado pela PF por uso político do cargo. Ele foi candidato a deputado federal pelo PSB do Rio de Janeiro, mas não foi eleito.
“A Polícia Federal agora tem uma diretoria dedicada à Amazônia. Isso é um salto imenso em termos de preservação da floresta. Esse foi um grande golaço, a Amazônia deixou de ser um dos temas de uma divisão para se tornar uma diretoria!”.
De acordo com Saraiva, foi como sair da terceira divisão para a primeira.
“Um salto evolutivo no combate aos crimes ambientais. Fato que deve ser comemorado por todos aqueles que se importam com a defesa do meio ambiente. Parabéns por já começarem marcando esse gol de placa!”, afirmou.
O delegado federal fez referência histórica à importância do ato do futuro governo.
“A criação da Divisão de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico em 1993, graças ao visionário Jorge Pontes, foi a pedra fundamental. Agora, o edifício foi concluído”.
Saraiva, portanto, fez assim uma citação ao delegado aposentado e escritor Jorge Pontes, o criador da unidade de combate aos crimes ambientais da corporação nos anos 1990.
Na semana passada, o futuro ministro da Justiça e Segurança, o senador eleito Flávio Dino, anunciou que o atual secretário de Defesa Social de Pernambuco, o delegado Humberto Barros, vai comandar a nova diretoria.
“Nós teremos a nova Diretoria de Amazônia e Meio Ambiente, que está sendo criada exatamente pela centralidade dessa atuação da Polícia Federal e do Ministério da Justiça em articulação com demais órgãos de governo”, disse Dino.
Conforme o futuro ministro, há na região uma espécie de combo de crimes.
“Você tem narcotraficantes fazendo tráfico de drogas e, ao mesmo tempo, fazendo garimpo ilegal. Você tem exploração ilegal de madeira ou comercialização ilegal de madeira, feita também por quem opera lavagem de dinheiro, de garimpo ilegal”.