A praça Simón Bolívar, onde viviam mais de 800 imigrantes venezuelanos em Boa Vista, é reformada com muro e grades de proteção. Para o professor doutor em geografia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Antonio Tolrino Veras, o modelo foge de um espaço público de circulação.
A obra de revitalização da prefeitura de Boa Vista se iniciou em junho de 2018, mas o valor e a empresa responsável pelo serviço não estão disponíveis no portal da transparência do município. A data de reinauguração ainda não foi divulgada.
Inicialmente, a prefeitura informou que o local receberia serviços de limpeza, iluminação, jardinagem, troca de bancos, reparos, manutenção de calçada interna e externa, pintura e outros serviços. Nesta semana, após retirada de tapumes de proteção, o muro e as grades colocados na praça ficaram à mostra.
O professor doutor em geografia da UFRR, explicou, à reportagem do Roraima 1, que a praça Simón Bolívar tem uma característica de uma praça de circulação, com espaços de lazer, espaço de áreas de convivência. Mas, com essa reforma, perdeu a sua característica de espaço público, assemelhando-se a uma praça privada.
“A praça de circulação não pode ter nenhum muro, o qual venha a prejudicar essa circulação. Considerando que ela está localizada numa rotatória, isso poderá ocasionar em um futuro próximo acidentes seríssimos, do ponto de vista do trânsito”, destacou o professor, autor da tese de doutorado sobre espaços urbanos em Boa Vista.
Localizada na zona Sul de Boa Vista, na divisa dos bairros 13 de Setembro, São Vicente e Pricumã, a praça foi um ponto de aglomeração dos imigrantes. Em maio passado, os venezuelanos foram retirados em uma ação coordenada pelo Ministério da Defesa em parceria com a prefeitura.
A reportagem tentou contato com a prefeitura de Boa Vista sobre a reforma da praça, mas não obteve resposta.