O Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), iniciativa do Observatório do Clima, revelou, nesta segunda-feira (13), que oito dos 5.570 municípios brasileiros que mais emitem gases de efeito estufa estão localizados na região amazônica, sendo quatro no Pará, dois no Amazonas, um em Mato Grosso e um em Rondônia.
O motivo da concentração são os desmatamentos, que, em 99,4% dos casos, estão relacionados a crimes ambientais. Os líderes são os municípios de Altamira e São Félix do Xingu, do Pará, com 35,2 e 28,8 milhões de toneladas de CO2 (MtCO2), respectivamente.
Na sequência estão Porto Velho (RO), com 23,3 mtCO2, e Lábrea (AM), com 23,2 mtCO2. Pacajá (PA), Novo Progresso (PA), Colniza (MT) e Apuí (AM) também foram listados no ranking. Fora do Norte, figuram na lista São Paulo e Rio de Janeiro, com registros de 16,5 e 13,7 mtCO2, respectivamente.
Em comparação, os 10 municípios emitiram juntos o equivalente a todas as emissões do Peru e da Holanda, por exemplo. Ao todo, foram 198 milhões de toneladas brutas de dióxido de carbono somente no ano de 2019. Em alguns municípios da lista, a emissão é maior do que a média global por habitante, calculada em 7 toneladas de CO2 ao ano por habitante.
Somente as emissões de Altamira se equiparam ao produzido pela Suécia ou Noruega, se a região fosse um país. Já em Novo Progresso, o epicentro está no trecho da BR-163, onde ocorre o maior desmatamento.
Na cidade, o valor da emissão é equivalente a 14 vezes o que um cidadão do Qatar produz — o país do Oriente Médio registra a maior quantidade de emissão de carbono per capita do planeta. Seria como se cada morador de Novo Progresso tivesse mais de 500 carros rodando 20 km por dia com gasolina.