O bloco de cooperação econômica e política Caricom (Comunidade e Mercado Comum do Caribe), grupo composto por alguns países da região caribenha, se reuniu na Guiana entre os dias 18 e 21 de maio para um Fórum de Agricultura realizado no país vizinho.
Como parte da programação, o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, e representantes de outros nove países, se reuniram na Fazenda Santa Fé, em Lethem, no sábado, dia 21, para um almoço com investidores do Brasil.
O objetivo é estreitar relações comerciais com o Brasil para o fornecimento de alimentos para os países que compõem o Caricom, garantindo a segurança alimentar da região.
O empresário Yucatan Reis, que atua há mais de sete anos na Guiana, comemora a parceria com o Brasil. A empresa dele exporta milho e farelo de soja de Roraima para Georgetown por meio da Rupununi Road e de lá traz adubo que é utilizado para o plantio em solo brasileiro.
“Em Roraima, nós escutamos muito falar sobre essa ligação do Brasil com a Guiana. Essa visita do presidente da Guiana e líderes de países do Caricom demonstra a importância da segurança alimentar para os países do Caribe, isso é importante para Roraima, pois essa rota já acontece hoje de maneira pequena e tem de tudo para ser ampliada”, detalhou.
Para Felipe Castro, empresário do Grupo Falavinha, Roraima é um grande celeiro do Brasil e principalmente nessa região do extremo norte, onde tem a possibilidade de ser um importante produtor de alimentos para o Caribe.
“Roraima deve produzir 700 mil toneladas de alimento este ano. Pra você ter uma ideia, pelos números da Organização Mundial de Saúde, 700 mil toneladas de grãos alimentam 2 milhões de pessoas. Então, teremos condições de alimentar o estado de Roraima todo e a Guiana. Temos condições, com a produção estimada do estado, de alimentar além de Roraima, outros países circunvizinhos”, disse.
Castro anunciou ainda que o Grupo Falavinha está terminando a construção de uma esmagadora de soja que produz farelo e óleo vegetal. O farelo é a base da ração para os frangos, suínos e peixes, que são a base alimentar da Guiana.
“A partir do momento que essa indústria se instala, a gente passa a ter oferta local de um produto que antes viajava quase 3 mil quilômetros pra chegar a Roraima. Com isso conseguimos atender a demanda da proteína vegetal e animal no Estado, tendo ainda a possibilidade de exportação para o Caricom por meio da Guiana”, pontuou.
Protocolo de Cooperação
Durante o encontro, o presidente do Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), Marlon Buss, assinou um protocolo de cooperação com a Guiana para que o Governo de Roraima possa prestar assistência técnica para o plantio de trigo na fazenda Santa Fé.
Além do presidente da Guiana, a comitiva do Caricom era composta por representantes de Barbados, Trinidad e Tobago, Jamaica, Suriname, Saint Vincent, Antígua e Barbuda, Montserrat (território ultramarino do Reino Unido), Dominica e Grenada.