“Nós queremos que o governo federal retire, imediatamente, os garimpeiros da Terra Indígena Yanomami para a gente retomar e organizar as nossas comunidades, porque estamos vivendo com medo com os garimpeiros”, a declaração é do presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yek’wana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, em entrevista.
Anteriormente, a liderança havia denunciado o suposto estupro e o assassinato de uma menina de 12 anos na aldeia Aracaçá, na região de Waikás, no norte de Roraima (RR). Depois, ainda, houve o incêndio das áreas da comunidade e o sumiço dos povos indígenas, fato que mobilizou as redes sociais.
Sobre a localização do povo originário Yanomami, Júnior disse que “eles estão na Terra Indígena Yanomami, na margem do Rio Uraricoera, no meio dos garimpeiros. Estão longe da comunidade, não estão próximos”. Completou, ainda, que “[a polícia] se pronunciou e vai continuar investigando, mas eu não sei, porque não tenho informação, eles não passam informação”.
Sem assistência
Com relação à assistência do governo federal aos povos indígenas Yanomami, revela-se que eles permanecem sozinhos, no meio da Floresta Amazônica, sofrendo ameaças constantes dos garimpeiros. “Na Terra Indígena Yanomami é difícil comunicação e também acesso, porque as comunidades são muito isoladas”, afirma quanto ao contato estabelecido com a comunidade.
“Nós precisamos reorganizar as nossas comunidades para nos planejar, dar futuro às crianças, para contar as nossas histórias. Assim, está difícil estar no meio dos garimpeiros. Com eles ameaçando a comunidade, não tem como viver assim. Nós queremos reorganizar para colocar assistência de saúde indígena nas comunidades, porque os profissionais de saúde não estão indo porque estão com medo dos garimpeiros. Então, é muito difícil para os povos indígenas Yanomami. Estamos sendo maltratados. Não merecemos isso. Quem está pagando muito caro são crianças e mulheres, precisamos de respeito. Somos seres humanos também. Sociedade, nos ajude a pressionar o governo federal. Estamos sofrendo”, suplica o líder indígena Júnior Hekurari Yanomami por ajuda governamental e social.
Diálogo
Com o objetivo de averiguar o trabalho de investigação e dialogar com lideranças indígenas, as comissões de Direitos Humanos do Senado e da Câmara estarão na comunidade Aracaçá na quarta-feira, 11, e quinta-feira, 12.
– Essa “estória” (assim mesmo, sem o “h”, pois parece lorota) está muito mal contada. Acho que a PF deveria alterar o foco das investigações dando mais atenção às ações do Presidente do Condisi-YY. Pode acreditar, tem gato nessa tuba.